Reuters
08/01/2002 - 21h39

Anistia Internacional denuncia prisões arbitrárias no Congo

da Reuters, em Kinshasa (República Democrática do Congo)

A Anistia Internacional acusou hoje as forças de segurança da República Democrática do Congo de prender arbitrariamente centenas de estudantes, políticos de oposição e jornalistas, apesar de o governo defender a aplicação das liberdades civis.

A entidade de direitos humanos com sede em Londres afirmou que tem ocorrido um "aumento alarmante das prisões arbitrárias" no país, que há três anos tenta sair de uma guerra que conta com a participação de Exércitos estrangeiros.

"Em seus discurso de Ano Novo, em 31 de dezembro, o presidente Joseph Kabila expressou sua crença nos valores da liberdade", afirma a Anistia em comunicado. "Mas sua polícia e seus serviços de segurança continuam a prender arbitrariamente e maltratar aqueles que ousam criticar seu governo."

O ex-Zaire tem uma assustadora marca contra os direitos humanos desde sua transformação em colônia do império belga, no final do século 19, passando pela ditadura de Mobutu Sese Seko até a guerra de forças rebeldes que culminaram com a entrada de Laurent Kabila.

A Anistia denunciou a detenção, no mês passado, de cinco membros do partido de oposição União para Democracia e Progresso Social (UDPS).

Cerca de 400 estudantes também foram detidos por um curto período depois que uma manifestação por mensalidades mais baixas, no meio de dezembro, terminou em violência. O governo acusou os estudantes de matar três policiais a facadas.

"Muitos dos estudantes foram agredidos e chicoteados e forçados a usarem terra e areia como pasta de dente. Eles também foram obrigados a andar de joelhos", acusa a entidade.
 

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