Reuters
09/01/2002 - 15h01

Índia diz ter atingido avião não-tripulado do Paquistão

da Reuters, emm Jammu (Caxemira indiana)

O Exército indiano disse hoje ter atingido um avião não-tripulado do Paquistão que sobrevoava a Caxemira indiana. O avião conseguiu voltar ao Paquistão.

A situação entre os dois países voltou a ficar tensa depois de um atentado ocorrido no dia 13 de dezembro, quando homens armados com rifles e granadas invadiram o Parlamento da Índia, em Nova Déli.

O incidente deixou 14 mortos, entre eles os cinco terroristas. Nova Déli responsabilizou as guerrilhas islâmicas do Paquistão e preparou uma resistência militar na fronteira com o território paquistanês, pedindo a Islamabad que acabe com os militantes islâmicos.

"(O avião) estava a grande altitude e o disparo não pôde atingir o alvo", disse um funcionário indiano de defesa à Reuters. É a segunda vez em uma semana que a Índia diz ter atingido um avião paquistanês em seu território. No domingo, o Paquistão afirmou ter derrubado uma aeronave indiana.

No domingo (6), o governo indiano derrubou um avião espião sem piloto do Paquistão que sobrevoava o espaço aéreo indiano.

A tensão entre os dois países é a maior em 15 anos. Isso se deve à invasão do Parlamento indiano por um grupo que, segundo Nova Déli, era formado por separatistas muçulmanos da Caxemira agindo com apoio paquistanês.

Uma testemunha disse que o avião entrou no espaço aéreo indiano às 16h15 (7h45 em Brasília), na fronteira que fica 30 quilômetros ao sul de Jammu, capital de inverno da Caxemira. Aviões dos dois lados fazem esse tipo de incursão para monitorar o deslocamento de tropas e equipamentos dos inimigos.

Como acontece diariamente nas últimas semanas, houve troca de disparos de artilharia e morteiros em vários pontos da fronteira disputada da Caxemira. Não há registro de baixas.



Em outro incidente, soldados indianos mataram um guerrilheiro e feriram outro em uma mesquita de Baramullah, também na Caxemira, o único Estado indiano de maioria muçulmana. Um policial disse que esses dois militantes (e um provável terceiro, que fugiu) pertencem ao grupo Hizbul Mujahideen, que defende a integração da Caxemira ao Paquistão.

Foi a sexta vez em um ano que os guerrilheiros buscaram refúgio na mesquita. Quase sempre isso acabou em sangue.

Além disso, houve um tiroteio hoje que resultou na morte de três membros do Lashkar-e-Taiba, grupo que luta pelo separatismo caxemir a partir do Paquistão.

Essa organização foi acusada por Nova Déli de participar do ataque ao Parlamento. O Paquistão, que afirma dar apenas "apoio moral" aos rebeldes, já prendeu 200 militantes do Lashkar-e-Taiba e promete adotar mais medidas contra os militantes.

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