Reuters
11/01/2002 - 14h25

Estudo liga defeito causado por clonagem a tipo de célula usada

da Reuters, em Nova York

Um certo tipo de defeito genético observado em animais clonados pode ser provocado pelas células utilizadas e não pelo processo de clonagem em si, informaram pesquisadores japoneses.

Para clonar um animal, os cientistas removem o núcleo de um óvulo e, em seu lugar, colocam o de uma célula do doador que será copiado. Em muitos experimentos realizados com camundongos, os cientistas usaram o núcleo de células-tronco do doador. Em outras tentativas, como a que gerou a ovelha Dolly, foi aproveitado o material genético de células adultas ou fetais.

Clonar animais é um processo complicado, que, somente de vez em quando, resulta em um nascimento. Sempre houve preocupação com as anormalidades genéticas apresentadas pelos clones sobreviventes. Na semana passada, foi anunciado que Dolly estava com artrite, fato que levantou a suspeita de que o processo de clonagem tenha sido responsável pelo surgimento da doença.

Entre os possíveis problemas encontrados está a anormalidade dos genes marcados ("imprinted genes"), que desempenham função importante no crescimento e no desenvolvimento. A diferença entre os genes marcados e os demais é que a expressão dos primeiros depende da origem deles ser paterna ou materna. Algumas pesquisas mostraram que camundongos clonados a partir de material genético retirado de células-tronco apresentaram alteração no funcionamento desses genes.

Neste novo estudo, publicado na edição de hoje da revisa "Science", os cientistas clonaram camundongos usando núcleo de células somáticas -ou seja, que não eram espermatozóides nem de óvulos- retiradas de animais adultos. Os investigadores descobriram que os embriões, os fetos e os animais gerados não tinham risco maior de apresentar defeitos nos genes marcados que os camundongos normais.

Os resultados sugerem que, nesses animais, o processo de clonagem não é responsável pelas anormalidades detectadas em genes marcados, segundo a equipe de Atsuo Ogura, do Instituto Nacional de Doenças Infecciosas de Tóquio, no Japão.
 

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