Reuters
11/01/2002 - 19h22

Cientistas criam método mais barato para "transplantar" gene

da Reuters, em Los Angeles

Cientistas norte-americanos descobriram uma forma melhor de produzir camundongos fluorescentes. O ganhador do Prêmio Nobel David Baltimore e sua equipe anunciaram ontem a descoberta de uma nova maneira de introduzir DNA de outras espécies em animais como camundongos.

O método utiliza uma versão inócua de um lentivírus, grupo ao qual pertence o HIV, vírus que causa Aids. No experimento, os pesquisadores do Caltech, Instituto de Tecnologia da Califórnia em Pasadena, conseguiram usar o vírus para introduzir um gene da água-viva em embriões de camundongos com uma única célula.

A maioria dos animais que nasceram dos embriões carregava uma proteína especial derivada da água-viva pelo corpo. Isso fazia com que eles brilhassem sob luz fluorescente, disseram os cientistas.

Esses "camundongos brilhantes" não são uma novidade, mas até agora pesquisadores de transgênicos - a ciência emergente de transferência de genes de uma espécie para outra - tinham de injetar cuidadosamente o DNA estranho no óvulo em desenvolvimento.

Cientistas tendem a usar o gene da água-viva nesses experimentos, pois normalmente é fácil detectar sua expressão e, portanto, determinar se uma experiência foi bem-sucedida.

Ao utilizar um vírus semelhante ao HIV para introduzir o DNA, pesquisadores podem ter um modo mais eficiente de criar animais transgênicos e em outras espécies além dos camundongos, disse Baltimore.

"Ele é mais rápido, melhor e mais barato", disse Baltimore. "Ele funciona em uma maior porcentagem de animais."

No estudo, publicado no site Science Express (www.sciencexpress.org), Baltimore e sua equipe mostraram que o método viral foi capaz de produzir camundongos que carregavam pelo menos uma cópia do gene da água-viva em 80% dos casos.

Desses, 90% tinham altos níveis da proteína fluorescente verde, disseram eles.
 

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