Reuters
12/01/2002 - 12h08

"No momento, só sirvo para ganhar dinheiro", disse Cássia Eller

da Reuters, no Rio de Janeiro

A companheira da cantora Cássia Eller, Maria Eugênia Martins, prestou depoimento na sexta-feira na 10ª Delegacia de Polícia de Botafogo, zona sul do Rio de Janeiro. Em seu depoimento, revelou sua última conversa com a cantora, morta no último dia 29.

De acordo com o delegado Antônio Calazans, Maria Eugênia afirmou em seu depoimento que o último contato que teve com Cássia Eller foi pelo telefone, na madrugada do dia 29 de dezembro, quando a cantora morreu de causa ainda não revelada.

Segundo Calazans, Cássia Eller telefonou à companheira via celular, pois já havia destruído todos os telefones fixos de seu apartamento.

Maria Eugênia percebeu que a cantora estava deprimida e agitada. "Ela confirmou o estado de desequilíbrio relatado ontem pelas percussionistas da banda", afirmou Calazans em entrevista à imprensa.

Durante a conversa telefônica com Maria Eugênia, Cássia Eller teria dito: "No momento, só sirvo para ganhar dinheiro. Não consigo me relacionar com ninguém."

A ex-companheira disse ao delegado que sabia que Cássia Eller usava drogas, mas ressaltou que a cantora nunca ingeriu bebidas ou drogas na frente dela ou do filho.

"Maria Eugênia tinha conhecimento de que ela bebia e usava drogas, e disse que ultimamente uma ou duas latinhas de cerveja eram suficientes para descontrolá-la", contou Calazans. "De acordo com o depoimento, Cássia Eller vinha se submetendo a um tratamento para se livrar da dependência química, mas esse tratamento era prejudicado pela agenda movimentada da cantora."

Após o depoimento de duas horas, os advogados de Maria Eugênia disseram que ela se dirigiu à 1ª Vara da Infância e da Juventude para oficializar a guarda provisória de Francisco Ribeiro Eller, o Chicão, de 8 anos. De lá, a ex-companheira de Cássia Eller viajou para um local não-revelado.

"Eles estão cansados, se recuperando e querendo sumir do mapa", disse a advogada Alessandra Barroso. "O Chicão está se comportando como uma criança. Ora brinca, ora chora sentindo falta da cantora", acrescentou.

Os advogados de Maria Eugênia esperam que em seis meses a ação impetrada na Justiça pedindo a guarda definitiva de Chicão seja concluída.

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