Reuters
12/01/2002 - 12h15

Hezbollah acusa EUA de hipocrisia em caso de venda de armas

da Reuters, em Beirute (Líbano)

O grupo guerrilheiro libanês Hezbollah acusou os EUA de fazerem um estardalhaço sobre as alegações israelenses de uma tentativa palestina de contrabandear armas, ao mesmo tempo em que fornecem armas a Israel.

"O governo norte-americano faz todo esse estardalhaço sobre o navio de armas enquanto fornece apoio militar ilimitado de bilhões de dólares anuais a Israel", disse o Hezbollah, em uma declaração transmitida via fax à agência "Reuters".

Israel apreendeu um navio no mar Vermelho na semana passada que estaria transportando 50 toneladas de armas embarcadas perto do Irã com a ajuda do Hezbollah. Autoridades israelenses dizem que o carregamento foi organizado com o conhecimento do líder palestino Iasser Arafat.

O secretário de Estado norte-americano, Colin Powell, disse ontem que as tentativas de introduzir armas na região eram uma "provocação".

Os Estados Unidos enviam a Israel cerca de US$ 2 bilhões em armas por ano, dando uma vantagem militar que, segundo os árabes, torna mais difícil a conquista da paz.

Em sua declaração, o Hezbollah disse que os Estados Unidos não dispunham de provas de que o grupo guerrilheiro estivesse envolvido no carregamento de armas.

"Sabemos que o objetivo desta intimidação dos Estados Unidos é acabar com a jihad [guerra santa], que deve continuar", disse a declaração do Hezbollah.

Os Estados Unidos consideram o Hezbollah -grupo apoiado pela Síria e pelo Irã- uma organização terrorista e querem que o Líbano congele os bens do grupo como parte da campanha antiterrorismo lançada depois dos ataques de 11 de setembro.

O Líbano e a Síria defendem o Hezbollah, que ajudou a expulsar os israelenses do sul do Líbano em maio de 2000, depois de 22 anos de ocupação, como sendo uma "resistência legítima".

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