Reuters
12/01/2002 - 15h11

Paquistão vai banir grupos acusados de ataques à Índia

da Reuters, em Islamabad

Em um discurso transmitido pela televisão, o presidente do Paquistão, Pervez Musharraf, afirmou que irá banir dois grupos islâmicos pró-Caxemira acusados dos ataques ao Parlamento indiano. Além disso, o Paquistão prometeu banir outros três grupos sectários.

A Índia tem acusado os grupos Jaish-e-Mohammad e Lashkar-e-Taiba, ambos com base no Paquistão, de serem os autores do ataque de 13 de dezembro ao parlamento de Nova Déli, que resultou na morte de 14 pessoas. A Índia pedia ao Paquistão que proibisse a existência dos grupos e entregasse seus líderes.

Musharraf também baniu o grupo radical Sunni Sipah-i-Sahaba e seu rival, o Shi'ite Tehrik-i-Jafria, acusados de lançar bombas e promover tiroteios no Paquistão.

No entanto, ele não admitiu a hipótese de extraditar para a Índia paquistaneses acusados de envolvimento com os militantes islâmicos.

"Não há hipótese de entregar nenhum paquistanês. Se nós tivermos alguma evidência contra eles nós os julgaremos conforme nossas leis", disse o presidente.

Reuters - 12.ago.2001
Pervez Musharraf, presidente do Paquistão
Em seu discurso, o presidente paquistanês também determinou que as escolas religiosas do país, chamadas madrassas, terão de obter registro junto às autoridades. Ele prometeu que qualquer escola envolvida em atividades militantes serão fechadas.

As centenas de madrassas paquistanesas são consideradas como solo fértil para os militantes islâmicos.

Foram elas que deram origem à milícia fundamentalista do Taleban, grupo que tomou o poder no Afeganistão em 1996, mas foi derrotado no final do ano passado sob ataque dos Estados Unidos.

Repercussão
Nenhum representante da Índia estava imediatamente disponível para comentar o discurso do presidente paquistanês, mas os Estados Unidos elogiaram a iniciativa de Musharraf, afirmando que ela "fornece as bases para ambos os lados para reduzir a tensão".

Segundo um representante do Departamento de Estado norte-americano, o discurso "marca uma clara ruptura com a violência do passado na Caxemira e na sociedade paquistanesa como um todo".


Leia mais no especial Conflito Índia-Paquistão
 

FolhaShop

Digite produto
ou marca