Paquistão vai banir grupos acusados de ataques à Índia
da Reuters, em IslamabadEm um discurso transmitido pela televisão, o presidente do Paquistão, Pervez Musharraf, afirmou que irá banir dois grupos islâmicos pró-Caxemira acusados dos ataques ao Parlamento indiano. Além disso, o Paquistão prometeu banir outros três grupos sectários.
A Índia tem acusado os grupos Jaish-e-Mohammad e Lashkar-e-Taiba, ambos com base no Paquistão, de serem os autores do ataque de 13 de dezembro ao parlamento de Nova Déli, que resultou na morte de 14 pessoas. A Índia pedia ao Paquistão que proibisse a existência dos grupos e entregasse seus líderes.
Musharraf também baniu o grupo radical Sunni Sipah-i-Sahaba e seu rival, o Shi'ite Tehrik-i-Jafria, acusados de lançar bombas e promover tiroteios no Paquistão.
No entanto, ele não admitiu a hipótese de extraditar para a Índia paquistaneses acusados de envolvimento com os militantes islâmicos.
"Não há hipótese de entregar nenhum paquistanês. Se nós tivermos alguma evidência contra eles nós os julgaremos conforme nossas leis", disse o presidente.
Reuters - 12.ago.2001 |
Pervez Musharraf, presidente do Paquistão |
As centenas de madrassas paquistanesas são consideradas como solo fértil para os militantes islâmicos.
Foram elas que deram origem à milícia fundamentalista do Taleban, grupo que tomou o poder no Afeganistão em 1996, mas foi derrotado no final do ano passado sob ataque dos Estados Unidos.
Repercussão
Nenhum representante da Índia estava imediatamente disponível para comentar o discurso do presidente paquistanês, mas os Estados Unidos elogiaram a iniciativa de Musharraf, afirmando que ela "fornece as bases para ambos os lados para reduzir a tensão".
Segundo um representante do Departamento de Estado norte-americano, o discurso "marca uma clara ruptura com a violência do passado na Caxemira e na sociedade paquistanesa como um todo".
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