Reuters
14/01/2002 - 15h09

Cientistas decifram causa genética da intolerância à lactose

da Reuters, em Washington

Uma única mutação genética permite que as pessoas continuem tolerando o leite depois da infância, o que se detecta tanto em descendentes de asiáticos, europeus e africanos, informaram pesquisadores no domingo, em um estudo publicado na revista "Nature Genetics".

A descoberta de uma pequena mudança no código genético pode permitir que os cientistas realizem um teste simples para a intolerância à lactose, um problema digestivo doloroso, e também oferecer formas de entender como alguns grupos de pessoas toleram o leite sem problemas.

As pessoas que têm intolerância à lactose não podem ingerir grandes quantidades de lactose, o principal açúcar encontrado nos produtos derivados do leite.

Se elas consumirem leite, queijo ou qualquer outro derivado, elas apresentam náuseas, cãibras, inchaços, diarréia e gases. Entre 30 e 50 milhões de norte-americanos são intolerantes à lactose-sendo 75% deles de origem africana e 90%, asiática.

Segundo os pesquisadores, o problema afeta em torno de 5% dos europeus da região norte e cerca de 100% dos habitantes do sul da Ásia.

Sabia-se que a intolerância à lactose era causada por um gene recessivo. Sendo assim, uma pessoa tem que herdar uma cópia defeituosa do gene de cada um dos pais para ser intolerante à lactose.

"Essa é a primeira vez que a mutação, uma mudança do DNA, é identificada", disse Leena Peltonen, geneticista da Universidade da Califórnia, que chefiou a pesquisa. "A descoberta abre o caminho para o teste de DNA."

Muitas pessoas temem ter uma doença mais séria quando apresentam náuseas, cãibras e outros sintomas, e poderiam se tranquilizar ao saber que são apenas intolerantes à lactose, afirmou a cientista. Elas podem então evitar o leite, usando soja, arroz ou amêndoas ou ainda, leite sem lactose.
 

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