Croácia celebra dez anos de reconhecimento internacional
da Reuters, em Zagreb (Croácia)Os croatas celebraram hoje dez anos de reconhecimento internacional, afirmando que acertaram ao acabar com o domínio da Iugoslávia comunista sobre o país.
"A vida artificial da Iugoslávia havia expirado e nada a manteria unida em 1991", disse o presidente da Croácia, Stipe Mesic, em uma sessão especial do Parlamento que comemorou a data de hoje.
Mesic afirmou que seu país havia percorrido um longo caminho entre o reconhecimento e a aceitação, referindo-se às críticas de defensores de direitos humanos do Ocidente, que só diminuíram depois da subida ao poder dos reformistas, em 2000.
A sessão parlamentar foi realizada exatamente uma década depois de a Comunidade Européia, então com 12 membros, ter reconhecido a Croácia e a Eslovênia, as duas Repúblicas mais desenvolvidas da antiga Iugoslávia.
O reconhecimento selou definitivamente o destino da Federação Iugoslava, um país com cerca de 23,5 milhões de pessoas de várias etnias mantido coeso sob o peso do regime comunista.
Muitos croatas viram seu padrão de vida diminuir depois de 1991, mas a maioria ainda acredita que a independência da Iugoslávia, dominada pelos sérvios, era o único caminho possível depois da subida ao poder do autoritário Slobodan Milosevic.
Alguns diplomatas argumentam que o reconhecimento, concedido depois de meses de conflitos entre soldados croatas e rebeldes sérvios que contavam com o apoio do Exército iugoslavo, foi prematuro e apenas encorajou movimentos separatistas em outras áreas da Iugoslávia. A Guerra da Bósnia, conflito mais sangrento da última década, eclodiu poucos meses depois.
Outros diplomatas, entretanto, acreditam que o reconhecimento foi tardio.
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