Reuters
15/01/2002 - 16h03

Paquistão diz que não abre mão da Caxemira

da Reuters, em Islamabad (Paquistão)

O presidente Pervez Musharraf disse hoje que o Paquistão não vai abandonar o apoio à "luta pela liberdade" dos muçulmanos na Caxemira, apesar da repressão iniciada por eles a militantes islâmicos que combatem a presença indiana na região disputada.

"Que ninguém duvide do nosso compromisso com a causa da Caxemira e seu povo", disse o presidente paquistanês a uma comissão criada para difundir a questão pelo mundo, segundo a agência estatal "APP". "Vamos continuar dando apoio político, diplomático e moral à luta justa pela liberdade dos caxemires."

No sábado (12), Musharraf classificou como ilegais cinco grupos radicais islâmicos, entre eles dois apontados pela Índia como responsáveis por um ataque ao seu Parlamento, em 13 de dezembro, que deixou 14 mortos. Esse incidente foi o estopim da crise que levou os dois países a se preparar para uma guerra.

Musharraf disse à "APP" que a Comissão Nacional da Caxemira vai trabalhar "por uma promoção pacífica da causa, de acordo com as resoluções do Conselho de Segurança da ONU e dos desejos do povo caxemir".



Desde o final da década de 1940, a ONU propõe um plebiscito sobre a posse da região, até hoje nunca realizado. A Caxemira é o único Estado indiano de maioria muçulmana. O Paquistão controla uma parte do território. A China também tem sua parcela.

Ao proibir os grupos islâmicos, Musharraf está tentando evitar um agravamento da crise com a Índia. Mas analistas dizem que ele pode sofrer pressões domésticas se os paquistaneses considerarem que ele está se dobrando à Índia em uma questão tão delicada.

As duas potências nucleares já travaram três guerras desde a independência, ocorrida 1947. Duas delas foram por causa da Caxemira (a outra resultou na independência de Bangladesh).

Leia mais no especial Conflito Índia-Paquistão
 

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