Reuters
16/01/2002 - 19h16

Relatório diz que pedaço de metal na pista causou queda de Concorde

da Folha Online

Investigadores franceses divulgaram hoje o relatório final sobre as causas do desastre de julho de 2000 com um avião Concorde que deixou 113 mortos. O texto reafirma as conclusões anteriores de que o acidente foi desencadeado por um pedaço de metal na pista do aeroporto Charles De Gaulle, em Paris, que teria furado um pneu da aeronave.

"Não há nada de novo neste relatório", disse um porta-voz da Air France. "Uma auditoria dos procedimentos da companhia foi conduzida, foram feitas recomendações e a maioria delas já está funcionando."

O relatório do BEA, órgão que regula a segurança da aviação na França, confirmou que o pneu dianteiro da aeronave passou sobre um pedaço de metal na pista. Os destroços atingiram a estrutura da asa, provocando ruptura no tanque de combustível e um incêndio sob a asa esquerda. Os motores do avião perderam força gradualmente e o aparelho caiu perto de um hotel.

O documento recomenda que o departamento norte-americano de aviação civil realize uma auditoria para verificar os procedimentos de manutenção da Continental Airlines. Os pedaços caídos na pista que causaram a queda do Concorde vieram justamente de um DC-10 da Continental, que havia decolado cinco minutos antes.

O relatório do BEA lembrou algumas falhas da Air France não relacionadas ao acidente com a aeronave supersônica em Paris.

Os investigadores também identificaram falhas no manuseio de bagagens, em documentos e diferenças entre as recomendações de emergência do Concorde e as do manual da Air France.

Um componente do sistema de pouso do avião acidentado não foi trocado conforme recomendação feita durante exames entre os dias 17 e 21 de julho de 2000. Isso, diz o relatório, revela "falha no respeito aos procedimentos estabelecidos e o não-uso de ferramentas apropriadas".

O BEA recomendou também uma auditoria sobre o estado das operações de vôo e manutenção da Air France. Também disse que as anomalias no procedimento de segurança devem ser reparadas e que os concordes da empresa deveriam monitorar seus motores a cada segundo, como fazem os aviões da British Airways. Os aparelhos da Air France fazem a monitoria a cada quatro segundos.

O Concorde, avião de passageiros mais veloz do mundo, voltou ao serviço em novembro passado após receber modificações.

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