Reuters
18/01/2002 - 17h43

Pesquisa identifica célula-tronco que regula envelhecimento

da Reuters, em Nova York

As células-tronco, estruturas imaturas que podem se diferenciar em todas as células do corpo, são essenciais durante a fase inicial de desenvolvimento. No entanto, uma nova pesquisa sugere que, pelo menos em vermes, um tipo de célula-tronco pode exercer influência numa fase posterior da vida.

As células-tronco da linhagem germinativa se diferenciam para formar os tecidos do sistema reprodutivo. Elas também parecem estar envolvidas na regulação da expectativa de vida de vermes nematóides, afirmou Cynthia Kenyon, da Universidade da Califórnia, em São Francisco.

"Já sabíamos que a linhagem germinativa desses animais tinha um impacto sobre a longevidade", disse Nuno Arantes-Oliveira, coordenador do estudo. "Definimos (agora) quais células produzem esse efeito e quando elas agem", disse o especialista.

As células-tronco que dão início ao desenvolvimento do sistema reprodutivo também parecem regular o mecanismo que acelera o envelhecimento, informaram os pesquisadores na edição de hoje da revista Science.

"Verificamos que esse efeito ainda está presente em animais adultos", disse Arantes-Oliveira.

Os cientistas haviam descoberto anteriormente que eliminar certas células precursoras de linhagens germinativas aumentava a vida dos nematóides.

Um outro trabalho havia demonstrado que a reprodução poderia reduzir a expectativa de vida. No entanto, isso não parece explicar o aumento da longevidade causado pela eliminação dessas células precursoras. Os cientistas verificaram também que a remoção de todo o sistema reprodutor não afeta a extensão da vida dos vermes.

Em uma série de experimentos, os pesquisadores tentaram descobrir quais partes do sistema reprodutivo estavam envolvidas na regulação da duração da vida. Eles identificaram vários tipos de células, como óvulos e espermatozóides, cuja remoção não fez os vermes viverem mais.

Entretanto, a extração das células-tronco da linhagem germinativa aumentou o tempo de vida dos nematóides. Segundo Arantes-Oliveira, o próximo passo será analisar como essas células influenciam a longevidade.

"A grande descoberta será reconhecer os sinais que esses tecidos produzem", afirmou o especialista. Segundo o pesquisador, uma das possibilidades é que algum tipo de hormônio provoque o efeito. Se o mecanismo for revelado, será possível verificar a ocorrência dele em outras espécies, como os seres humanos.
 

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