Reuters
21/01/2002 - 16h53

Políticos voltam de férias e inauguram ano político nos EUA

da Reuters, em Washington

Acaba hoje o recesso parlamentar nos Estados Unidos, e com ele a trégua política entre os partidos estabelecida depois dos atentados de 11 de setembro, iniciando assim o ano político.

As diferenças devem surgir logo nas primeiras semanas, com as audiências parlamentares sobre a quebra da empresa elétrica Enron, importante patrocinadora de campanhas políticas, especialmente dos republicanos.

Na verdade, mesmo de férias os democratas já tentam jogar o escândalo no colo do presidente George W. Bush, para quem a falência é uma questão empresarial, não política. Para o deputado Anthony Weiner, republicano de Nova York, a população associa as grandes empresas aos republicanos, e por isso o caso Enron vai circular nos corredores de Washington durante todo o ano.

O ataque do 11 de setembro, no entanto, ainda repercute e por isso os dois partidos devem agir juntos em questões de segurança nacional e defesa.

Deve também haver acordo a respeito de medidas para proteger pensões de trabalhadores postos na rua pela Enron. E ainda deve passar uma reforma no sistema eleitoral, que evite um vexame como o impasse na votação que levou George W. Bush ao poder, em 2000.

O resto _da política energética à reforma da saúde_ deve acabar em disputa. Analistas têm dúvidas, por exemplo, sobre a perspectiva de o Congresso aprovar um pacote de estímulo econômico. "Em ano eleitoral, nenhum lado quer fazer concessões", disse Marshall Whitmann, cientista político no Hudson Institute.

A única coisa que Bush promete não admitir são obstáculos a seu plano de cortar US$ 1,35 trilhão em impostos, medida aprovada no ano passado com a ajuda de 12 dos 50 senadores democratas. Entre os que votaram contra, alguns tentam barrar a entrada da reforma fiscal em vigor.

Em novembro, serão renovados um terço do Senado (onde os democratas têm vantagem de um voto) e toda a Câmara (controlada pelos republicanos). Normalmente, o partido do governo obtém maus resultados na eleição parlamentar que ocorre no meio do mandato presidencial.

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