Reuters
22/01/2002 - 13h49

Japonês é condenado por sequestrar garota durante nove anos

da Reuters, em Tóquio

A Justiça do Japão condenou na terça-feira um homem a 14 anos de prisão por ter sequestrado uma menina de 9 anos de idade em 1990 e por tê-la mantida presa por quase uma década.

O caso provocou grande comoção quando veio à tona em 2000, tanto pela gravidade do crime quanto pelas várias falhas cometidas pela polícia de Niigata (norte), onde aconteceu o sequestro.

Os promotores pediram por 15 anos de prisão para Nobuyuki Sato, 39, que se declarou culpado pelo sequestro e confinamento da menina, hoje com 21 anos.

Segundo a sentença, o "acusado a privou da adolescência, a fase mais importante do crescimento de uma pessoa, e agora ela enfrentará grandes dificuldades em seu processo de reintegração à sociedade".

A corte afirmou também que a vítima "sofreu grandes danos psicológicos e que continua incerto quando, se é que isso ocorrerá, esses danos serão completamente apagados".

A Justiça rejeitou as alegações dos advogados de defesa de que Sato possuía problemas mentais quando cometeu o crime e que não poderia ser considerado responsável por ele.

O crime teve início em novembro de 1990 quando, na volta para casa depois de um jogo de beisebol, a menina foi forçada a entrar no porta-malas do carro de Sato sob a ameaça de uma faca, vendada e depois levada para a casa dele.

Sato a amedrontou com espancamentos e xingamentos, aterrorizando-a a ponto de a menina, como mais tarde contou à polícia, temer pela vida caso fosse surpreendida tentando fugir.

A promotoria afirmou que o réu a alimentou durante muito tempo apenas uma vez por dia, a fim de mantê-la desnutrida e, assim, impossibilitada de escapar.

A vítima acabou sendo encontrada na casa de Sato em janeiro de 2000 por autoridades locais da área de saúde, que a levaram a um hospital. Ela havia ficado confinada por nove anos e dois meses.

A polícia foi criticada por ter ignorado dois pedidos de ajuda das autoridades da área de saúde que descobriram a mulher na casa de Sato e por não ter conseguido localizar o acusado, que possuía um histórico de abuso de meninas e que vivia a apenas 50 quilômetros da casa da vítima.
 

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