Reuters
22/01/2002 - 20h05

Irlanda condena o primeiro por atentado de 1998 que matou 29

da Reuters, em Dublin

Uma corte irlandesa condenou hoje um homem por envolvimento no ataque em Omagh em 1998, quando uma explosão matou 29 pessoas na investida mais violenta em 30 anos de conflitos na Irlanda do Norte.

Colm Murphy, 49, de Dundalk, na Irlanda, foi considerado culpado por conspirar para causar uma explosão, após 25 dias de julgamento na Corte Criminal Especial de Dublin.

O juiz Robert Barr disse que Murphy, construtor e pai de quatro filhos, é um "terrorista dissidente republicano de longa data".

Murphy, vestido com um terno cinza, parecia calmo. Ele pode ser condenado à prisão perpétua. A sentença será anunciada na manhã de sexta-feira (25).

Milhares de pessoas foram interrogadas durante as investigações do atentado, mas até hoje Murphy foi o único levado à justiça. Ele foi um dos quatro homens acusados de envolvimento nos ataques por um documentário da BBC exibido em 2000.

O ataque matou 29 pessoas _incluindo uma mulher grávida de gêmeos_ e feriu 200. O grupo IRA Real colocou um carro-bomba no mercado da cidade na movimentada manhã do dia 15 de agosto de 1998.

O ataque aconteceu semanas depois da assinatura do tratado de paz entre protestantes e católicos da Irlanda do Norte.

Perdão
Muitos parentes de vítimas de Omagh estavam na corte. "Foi um longo tempo. Estou absolutamente satisfeito", disse Laurence Rush, que perdeu a esposa Elizabeth na explosão.

"E que Deus o perdoe pelo o que eu não posso", afirmou.

A Justiça aceitou o argumento de que Murphy emprestou telefones celulares a pessoas ligadas ao IRA Real.

A defesa de Murphy tentou alegar que dois detetives irlandeses falsificaram interrogatórios. O argumento foi rejeitado e os testemunhos dos detetives foram invalidados.

O representante de Murphy, Terence Morgan, disse ter sido pressionado pela polícia a testemunhar contra o acusado.

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