Israel teme que tensão na fronteira aumente a violência
da Reuters, em JerusalémIsrael disse hoje que os últimos confrontos armados na sua fronteira com o Líbano podem provocar um conflito regional no Oriente Médio. O país combate naquela região a guerrilha Hizbollah, apoiada por Irã e Síria.
O problema também pode prejudicar os esforços dos Estados Unidos para a retomada do processo de paz com os palestinos. Hoje, outro incidente tornou mais sombria a situação: um carro-bomba matou em Beirute o comandante militar Elie Hobeika, chefe de uma milícia envolvida no massacre de refugiados palestinos em 1982.
Ontem, o Hizbollah voltou a lançar morteiros contra posições israelenses perto da fronteira, após três meses de trégua. Israel retaliou com mísseis contra o sul do Líbano.
Ninguém ficou ferido nos incidentes, mas eles aumentam a tensão entre Israel e a Síria e o Irã. "O Hizbollah tem potencial não só para um confronto local, mas uma explosão regional", afirmou o ministro da Defesa, Binyamin Ben-Eliezer. "Nenhum disparo pode acontecer sem a autorização da Síria e, certamente, sem o apoio do Irã", afirmou.
Analistas políticos dizem, porém, que Israel e Síria atuam nos bastidores para evitar um confronto. Já a situação com o Irã se agravou depois que Israel capturou um navio com um carregamento de armas supostamente embarcado naquele país para ser entregue aos palestinos. O presidente da Autoridade Palestina, Iasser Arafat, e o Hizbollah negam participação nesse caso.
Os militares israelenses estão em alerta máximo desde que um palestino abriu fogo indiscriminadamente em uma rua de Jerusalém, na terça-feira (22), matando duas mulheres e ferindo 14 pessoas.
As Brigadas dos Mártires de Al Aqsa, grupo vinculado à facção Fatah (de Arafat), assumiram o atentado, em represália pela morte de um líder seu. A milícia promete manter os ataques até que Israel suspenda o confinamento de Arafat na cidade de Ramallah e pare de matar supostos militantes palestinos.
A atual fase da Intifada (rebelião) já matou 816 palestinos e 248 israelenses, desde setembro de 2000.
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