Reuters
26/01/2002 - 10h30

Tensão na fronteira esvazia comemoração nacional na Índia

da Reuters, em Nova Déli

A parada do Dia da República na Índia, uma tradicional demonstração de poderio militar do país, carecia de vigor hoje, com a maior parte das tropas em alerta ao longo da tensa fronteira com o Paquistão.

Pela primeira vez desde que a Índia iniciou as paradas para celebrar seu nascimento como república, pouco depois da independência do Reino Unido em 1947, nenhuma tropa do exército, da marinha ou da aeronáutica marchou com orgulho em Rajpath, em Nova Déli, e não havia nenhum blindado na comemoração.

Centenas de milhares de tropas, ajudadas pela aeronáutica e a marinha, estão em alerta na fronteira com o Paquistão, desde a disputada região da Caxemira até o Mar da Arábia, devido a uma crise que foi acentuada no mês passado pelos ataques guerrilheiros no parlamento indiano.

O Paquistão também colocou tropas em alerta, gerando temores de uma quarta guerra entre as duas potências nucleares. A Índia diz que não vai retirar as tropas do front enquanto Islamabad não retirar o apoio a militantes muçulmanos na Caxemira.

Temendo que a parada se tornasse uma oportunidade de ataque, o público acabou não comparecendo em massa ao evento, que ficou esvaziado. A segurança em torno da parada não teve precedentes, mas o evento ocorreu sem problemas.

Míssil nuclear
Com a maior parte das armas em outro lugar, os militares mostraram na parada um protótipo de seu míssil nuclear Agni, apenas um dia depois de testar um deles na costa leste, numa ação que gerou críticas em todo o mundo.

Além da mudança nos tipos de equipamento militar mostrados na parada, não houve a usual chuva de pétalas de flores por temor de que ela escondesse possíveis bombas.

Durante a parada, o presidente K.R. Narayanan concedeu uma honraria nacional às famílias dos seguranças mortos no ataque de 13 de dezembro ao parlamento.

Nova Déli acusa grupos separatistas da Caxemira baseados no Paquistão pelo ataque.
 

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