Reuters
29/01/2002 - 12h25

Chuva, atrizes e tons sóbrios marcam 1º dia da SP Fashion Week

da Reuters, em São Paulo

A chuva torrencial que caiu na noite paulistana de segunda-feira invadiu o prédio da Bienal em São Paulo e garantiu um final quase caótico ao primeiro dia da temporada de moda inverno 2002, que começou com os desfiles masculinos.

Mas o mau tempo não espantou gente famosa da platéia. A top model Naomi Campbell, por exemplo, apareceu no desfile de Ricardo Almeida, com direito a blusa de oncinha e sandália dourada. Como não poderia deixar de ser, atrizes globais também foram conferir as novidades da moda.

Giovanna Antonelli resolveu prestigiar Fause Haten, a quem disse admirar, e Mel Lisboa roubou as atenções durante o desfile da Ellus.

Na passarela, o que se viu, entre outras coisas, foi o encurtamento das jaquetas, num movimento que acompanha o enxugamento das camisas masculinas nas últimas coleções, bem ao estilo Tony Manero de "Os Embalos de Sábado à Noite".

As calças mais elegantes continuam de corte reto e sem pregas, algumas mais ajustadinhas, apropriadas para quem está em forma, e outras mais alargadas na cintura e ao longo do corpo.

Fause Haten e Ricardo Almeida apostaram na elegância para os primeiros desfiles pós-ataques a Nova York e Washington.

Tecidos nobres como cetim apareceram em blazers e calças de Haten, que usou cores cítricas como laranja e verde-limão em contraposição a outros conjuntos mais clássicos em preto e branco.

Ricardo Almeida fechou a noite com um desfile em dois momentos: um bastante formal, investindo num look sóbrio, porém atualizado, em blazers de dois ou seis botões, e outro mais esportivo para sua nova marca, a RA Sport. Surgiram então macacões, outro "revival" forte nesta temporada, e jaquetas curtas, além de camisas pólo.

Quem gosta de usar camisetas sobrepostas vai estar superatualizado nesta temporada. Todos os estilistas brincaram com peças que têm supostamente a mesma função.

Camisa com camiseta por cima, manga comprida sob manga curta, cardigan, camisa e camiseta, não importa, o negócio é acumular peças sobre o corpo e, preferencialmente carregar algo no pescoço, seja isso um cachecol, como no caso da Ellus, ou um foulard, como os homens moderninhos de Fause Haten.

Nas peças mais pesadas, o marrom aparece como uma cor forte, principalmente em jaquetas e calças de couro lavado.

Até por causa disso, o militarismo ainda é uma presença marcante. Apareceu no desfile da Ellus em macacões de aviador e em coturnos também nos pés dos modelos de Mario Queiroz e Alexandre Herchcovitch.

A edição desses dois desfiles mais urbanos e modernos apareceu inspirada em rebeldes intelectuais das universidades européias. Cabelos desgrenhados e mais compridos, cachecóis e looks com cara de brechó deram o recado de que aqueles jovens poderiam estar prontos para atacar na próxima barricada antiglobalização, em qualquer esquina do globo.

Herchcovitch continuou seu exercício de proporções inusitadas e conceitos andróginos: vestiu homens de saia e vestido, mas também trouxe uma atitude punk com botas altas até a virilha.

O moletom também volta forte, garantindo que o inverno masculino vai ser bastante confortável e ter trilha sonora de Led Zeppelin, Jimi Hendrix e Sid Barrett.

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