Reuters
29/01/2002 - 15h36

Cientistas obtêm neurônio a partir de célula-tronco de macaco

da Reuters, em Nova York

Pesquisadores japoneses informaram ter realizado um avanço importante com relação ao uso de células-tronco embrionárias para o tratamento do mal de Parkinson.

A partir de células imaturas retiradas de embriões de macacos, os cientistas conseguiram obter células que produzem dopamina, substância química cerebral envolvida no controle dos movimentos. Com a evolução do mal de Parkinson, a quantidade desse neurotransmissor diminui no cérebro dos doentes.

"Usando tecnologia de células-tronco embrionárias, conseguimos um marco para a produção de neurônios dopaminérgicos, que são necessários para a realização de transplante (em pacientes com doença de Parkinson)", disse Yoshiki Sasai, chefe da equipe da Universidade de Kyoto, no Japão.

Embora as experiências tenham sido feitas com macacos, Sasai disse que a mesma técnica pode funcionar em humanos, pois as características das células-tronco das duas espécies são "basicamente as mesmas".

Os cientistas coordenados por Sasai usaram um método chamado SDIA (sigla em inglês para células do estroma derivadas de atividade indutora), para obter as células que se transformariam em neurônios produtores de dopamina. Os pesquisadores já haviam testado a mesma técnica em camundongos.

Como os macacos são muito mais próximos dos humanos que os roedores, os cientistas esperam que o avanço "possa facilitar bastante a pesquisa em várias áreas da terapêutica do mal de Parkinson".

No estudo, que será publicado na edição de 5 de fevereiro da revista "PNAS" (www.pnas.org), os autores concluíram que "o método SDIA é uma promessa que aproxima do nível prático o tratamento com células-tronco para o Parkinson".

A doença provoca tremor, rigidez muscular e problemas de movimento. A terapia com a L-dopa, precursor que o cérebro usa para produzir a dopamina, pode aliviar os sintomas do Parkinson, mas não diminui a progressão do distúrbio.
 

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