Reuters
30/01/2002 - 17h57

Funcionário do governo paquistanês é assassinado na Caxemira

da Reuters, em Muzaffarabad (Paquistão)

Um funcionário do governo do Paquistão foi morto e outras três pessoas ficaram feridas hoje, depois que indianos iniciaram tiroteios na região da Caxemira, disseram autoridades paquistanesas.

Segundo informaram, o funcionário, do departamento de agricultura do distrito de Muzaffarabad, foi morto quando o jipe em que viajava foi alvejado por forças indianas. O homem estava em companhia de outras quatro pessoas e dirigia pela estrada que marca a zona de cessar-fogo, que divide as duas potências nucleares.

As forças da Índia, entrincheiradas em áreas altas de seu lado da fronteira, abriram fogo contra o jipe usando armas leves, mataram o funcionário e feriram um dos outros que estavam com ele no veículo, informaram a polícia e autoridades locais.



"Esse tipo de ataque tem o objetivo de intimidar a população, aumentando os problemas enfrentados pelos moradores da região", disse o subcomissário do distrito de Muzaffarabad, Mohammad ul Hussan.

Uma adolescente de 16 anos e um homem de 26 anos também foram feridos por tiros disparados pelos indianos em duas cidades fronteiriças no distrito de Sialkot, disseram fontes militares do Paquistão.

Os dois países disputam o poder do território da Caxemira. Atualmente, dois terços do território estão sob domínio indiano e o restante sob controle do Paquistão e da China. Das três guerras travadas desde a independência (1947), duas delas foram por causa da Caxemira.

A situação entre os dois países voltou a ficar tensa depois de um atentado ocorrido no dia 13 de dezembro, quando homens armados com rifles e granadas invadiram o Parlamento da Índia, em Nova Déli.

O incidente deixou 14 mortos, entre eles os cinco terroristas. Nova Déli responsabilizou as guerrilhas islâmicas do Paquistão e preparou uma resistência militar na fronteira com o território paquistanês, pedindo a Islamabad que acabe com os militantes islâmicos.

Índia e Paquistão mobilizaram cerca de 1 milhão de soldados e têm trocado tiros ao longo da fronteira quase que diariamente, principalmente na região onde deveria prevalecer o cessar-fogo.

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