Reuters
31/01/2002 - 14h54

Orientalismo e anos 70 marcam 3º dia da São Paulo Fashion Week

da Reuters, em São Paulo

A moda do próximo inverno brasileiro navegará por pelo menos dois ambientes: um tipicamente oriental, como mostrou o elogiado estilista Walter Rodrigues, na quarta-feira, e outro com a estética "boggie nights" dos anos 1970, um resgate feito pela Forum e Iódice.

Rodrigues abriu o terceiro dia de desfiles da São Paulo Fashion Week voltando mais uma vez ao seu amado Japão. Samurais modernas apareceram na passarela ostentando peças leves na técnica de moulage (feitas no corpo do manequim) contrastadas com a rigidez e o peso da alfaiataria.

O que se viu foram shantung com efeito de jeans e bordado com tiras de couro, vestidos de lã de corte reto e acessórios chamativos, como as franjas dos leques japoneses que viraram penduricalhos em algumas peças.

Na Patachou, o espírito do Oriente se misturou a uma certa latinidade para resultar numa coleção bastante agradável e comercial.

Surgiram leggins amarrados na perna como os uniformes dos ninjas, barras desfiadas ou com franjas e blusas de lã em amarelo-ouro ou marrom.

As saias de crochê sobrepostas a saias de crepe foram um ponto alto do desfile, lembrando que o espírito folk e artesanal está marcando presença nesta temporada - a M.Officer usou do mesmo recurso, criando saias e vestidos de crochê com lycra em seu desfile no dia anterior.

Boogie Nighhts

Os anos 1970 voltaram com tudo na Iódice, que trouxe uma coleção inspirada em paisagens invernais, com estampas de árvores aplicadas a saias e vestidos de malha.

Como outras marcas, ela encurtou e ajustou o tamanho dos blazers e abriu a barra de calças, que nesta estação têm na boca-de-sino a modelagem mais utilizada. O inesquecível terno branco de Bianca Jagger é a melhor referência para esse look, usado à exaustão nas passarelas.

A Forum de Tufi Duek foi na mesma linha, mas teve a felicidade de resgatar os anos 1940, criando uma elegante e extremamente desejável coleção.

Calças palazzo foram acompanhadas por blusas de malha com gola canoa ou com mangas morcego, e por blusinhas com frufrus discretos nos ombros.

Para barrar o frio, trench-coats estiveram em alta, juntamente com casacos sete-oitavos. Na noite, vestidos-bata lânguidos de chiffon em cores suaves como rosa velho, bege, marrom e preto eram a tônica dominante.

Os anos 1940 vieram representados por apliques de lantejoula do pós-guerra em vestidos de manga curta, acinturados e levemente rodados na altura do joelho, num estilo Evita Perón atualizado.

Humor e novelas

A categoria humor e moda jovem foi brilhantemente defendida por Thaís Losso, responsável pelo estilo da marca Cavalera.

Ela mergulhou no mundo das novelas para fazer uma coleção engraçada, que homenageou Janete Clair. Na sala de desfiles, corações de pelúcia caiam do teto e decoravam sofás e poltronas suntuosos onde foram acomodados os convidados da primeira fila. A trilha sonora tinha músicas-tema como "Tititi" e "A Gata Comeu".

Para arrematar o frisson geral, ela trouxe para desfilar o ator Francisco Cuoco, que exibia uma camiseta com os dizeres "O Astro" estampados em glitter.

Nas roupas, a Cavalera explorou o estilo college em jaquetinhas com punho de elástico e modelos com maria-chiquinha no cabelo.

Seus jeans eram soltinhos e aparentemente confortáveis em índigo escuro. Eles apareceram em micro e maxivestidos, sainhas, bermudas e calças. Para acompanhar, as cores pink e verde fosforescente iluminaram os looks.

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