Reuters
01/02/2002 - 17h58

Crise em telecomunicações está longe de acabar

da Reuters, em Chicago (EUA)

O colapso na Indústria das telecomunicações ainda não acabou. Após 18 meses de reestruturação, dezenas de milhares de demissões, falências, diminuição no número de clientes e gastos excessivos, algumas companhias ainda não estão fora da tempestade, enquanto outras podem estar a caminho dos problemas.

Nesta semana, a Global Crossing e a McLeodUSA foram as mais recentes empresas de telecomunicações a entrarem para a linha de falência ao se envolverem em altas dívidas e virem o preço de suas ações despencar.

Analistas e investidores disseram que elas agora estão sentindo na pele os problemas de outras companhias que apostaram em taxas de crescimento maiores do que os lucros e as receitas, o que resultou em altas dívidas.

"Há inúmeras companhias que focaram mais no crescimento do que nas receitas, mais na expansão que nos lucros", disse o analista de comunicações Jeffey Kagan. "Todas essas companhias estão enfrentando o mesmo tipo de pressão", completou.

A Global Crossing, companhia de comunicações de alta velocidade, apostou demais na capacidade das redes de fibra óptica e teve problemas com a queda nos preços dos serviços de transmissão de voz e dados.

Já a companhia de telefonia McLeodUSA fez uma grande dívida para construir mais redes do que o necessário, e as solicitações por seus serviços diminuíram.

De acordo com cálculos da Fifth Third Technology Fund, a indústria norte-americana de telecomunicações, incluindo as empresas de telefonia local, de longa distância e operadoras de celular, acumulam dívidas no total de US$ 300 bilhões.

Companhias de telecomunicações mais estabelecidas também foram afetadas. A AT&T e a Qwest Communications International mostraram perspectivas ruins quando apresentaram seus relatórios financeiros do quarto trimestre esta semana, mostrando perdas nas receitas maiores do que as esperadas.

A Lucent Technologies, uma das maiores fabricantes de equipamentos de telecomunicações do mundo, teve de fazer demissões, eliminar produtos que estavam gerando prejuízo e vender unidades de negócios que não eram vitais no ano passado para reduzir suas dívidas.

Bill Turner, especialista do BankOne Investment Advisors, disse que os investidores se afastaram das empresas de tecnologia sem fio porque o capital necessário é muito alto para a criação de suas redes.

"Eu ainda acho que esta é uma Indústria viável, mas nós não temos mercado para esse tipo de empresas no momento", disse Turner.

Analistas e investidores acreditam que a Indústria de telecomunicações irá começar a se recuperar no final deste ano, quando a economia melhorar e os pedidos retornarem.

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