Reuters
01/02/2002 - 20h22

Magnata russo admite ter doado dinheiro a rebeldes tchetchenos

da Reuters, em Londres

O magnata russo Boris Berezovsky, crítico feroz do Kremlin, admitiu hoje que doou dinheiro para rebeldes tchetchenos em 1997, mas disse que a verba estava destinada a projetos legítimos.

Antigo frequentador do Kremlin e atualmente exilado, Berezovsky disse que tem provas documentais de que o serviço de inteligência russa, FSB, está por trás de uma série de explosões em prédios de apartamentos em 1999 que deixaram cerca de 300 mortos.

As explosões, ocorridas em diversas cidades russas, foram usadas pelo governo do país para justificar a guerra na república separatista da Tchetchênia e ajudou na ascensão meteórica do presidente Vladimir Putin ao poder.

As declarações de Berezovsky são o último lance de uma dura batalha com as autoridades russas, que acusam o magnata de financiar os rebeldes tchetchenos.

"Eu tinha conexões com os rebeldes, mas eram contatos oficiais", disse Berezovsky em seu escritório em Londres.

"Eu tentei ajudá-los economicamente e doei dinheiro para uma fábrica de cimento na Tchetchênia _esse é o caso que o FSB mais gosta de mencionar_ e eu nunca tentei esconder isso. Agora, como os rebeldes gastaram o dinheiro é outra história."

Berezovsky chegou a ser um influente conselheiro do ex-presidente Boris Yeltsin e ajudou a coordenar a campanha vitoriosa de seu protegido Putin nas eleições de 2000.

Mas sua desgraça foi decretada no mês passado quando sua companhia de televisão, a TV6, a única rede nacional de TV não sujeita ao controle do Kremlin, foi fechada, provocando uma onda internacional de protestos em meio a temores sobre o respeito aos direitos civis na Rússia.
 

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