Manifestantes pró-Palestina fazem ato no Fórum Social
da Reuters, em Porto AlegreO saguão principal da PUC (Pontifícia Universidade Católica) de Porto Alegre (RS), que sedia o Fórum Social Mundial, foi ocupado neste sábado por dezenas de manifestantes pró-Estado Palestino, que se posicionaram contra a ocupação de Israel.
"Estamos protestando pela liberdade da Palestina, para colocar um fim à ocupação israelense. Queremos o reconhecimento de nossa nação e povo, como foi decretado pela ONU quando ela criou o Estado de Israel", afirmou o embaixador da Autoridade Palestina no Brasil, Musa Amer Odeh.
Segundo o embaixador, o ambiente foi tomado pela solidariedade, com palestinos, franceses, chilenos, iraquianos, italianos e argentinos gritando palavras de ordem como "Liberdade à Palestina".
A figura mais emblemática dos protestos antiglobalização, José Bové, também compareceu ao ato e tornou-se o centro das atenções quando chegou
para discursar. O assédio dos fãs, porém, fez com que ele fosse breve.
"Hoje, nós da Via Campesina queremos dizer que apoiamos a luta do povo palestino. Estamos juntos com o povo palestino", limitou-se a dizer.
Além de Bové, o ato contou com a participação de membros dos parlamentos árabe-palestino, membros da comunidade iraquiana e representantes do país Basco.
"Nós estamos pedindo a proteção da ONU, queremos que ela intervenha por nós, assim como ela fez com Kosovo", disse Odeh em meio ao forte barulho feito pelos manifestantes.
Após a concentração na saguão, os manifestantes seguiram para uma caminhada pelo campus da PUC gaúcha.
Paraguaios e feministas
Após o ato palestino, alguns paraguaios pedindo mudanças políticas e o fim da tortura no país se concentraram em frente aos auditórios principais da universidade, onde ocorrem as conferências.
Entretanto, os paraguaios não conseguiram chamar muito a atenção, pois as feministas conseguiram ser mais barulhentas.
Com cornetas e apitos, elas pediam pelo fim da intolerância entre os sexos e da subjugação da mulher no planeta.
"Estamos cansadas dos fundamentalismos por todo o mundo tentando calar a nós, mulheres. Estamos aqui para desafiar a ordem", explicou Télia Negrão, coordenadora da organização Planeta Fêmea.
Segurando uma vassoura no estilo das antigas bruxas e com uma grande máscara no formato de boca cobrindo seus lábios, ela disse que "na Idade Média, as pessoas, quando não entendiam as mulheres, as queimavam acusando-as de bruxaria".
"Sem a boca não dá para lutar. As mulheres sempre tiveram as bocas caladas", afirmou Negrão, enquanto ajudava a fazer barulho.
O evento faz parte de uma campanha da Articulação Feminista Marcosur (com "a" mesmo), que, segundo ela, tem o objetivo de expandir a causa das mulheres para toda América Latina.
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