Reuters
03/02/2002 - 12h36

Rússia critica as diferenças no combate ao terrorismo

da Reuters, em Munique

O ministro da Defesa da Rússia criticou hoje os "dois pesos e duas medida" usados pelos aliados ocidentais, que não combatem os inimigos chechenos da Rússia com a mesma intensidade com a qual perseguem Osama bin Laden.

Sergei Ivanov advertiu que as desavenças em relação a quem deve ser considerado terrorista podem prejudicar a coalizão formada pela Rússia e seus antigos adversários da Guerra Fria para combater os militantes islâmicos acusados pelos ataques de 11 de setembro aos Estados Unidos.

"Nossa maior preocupação é a existência até agora de dois pesos e duas medidas no campo político em relação ao separatismo, ao extremismo religioso e ao fanatismo", disse Ivanov durante uma conferência em Munique, que contou com a presença do vice-secretário norte-americano de Defesa, Paul Wolfowitz, e de outros ministros ocidentais.

"Se aqueles que explodem edifícios residenciais em Moscou ou no Daguestão são considerados combatentes da liberdade enquanto em outros países tais pessoas são chamadas de terroristas, não dá nem para pensar em formar uma frente unida antiterrorismo", disse.

Moscou acusa os separatistas chechenos pelos atentados a bomba de 1999, que provocaram a morte de 300 russos. Ao mesmo tempo em que condenam os ataques, os Estados Unidos e as potências européias se mostram preocupados com as operações militares da Rússia na Tchetchênia.

A Rússia acusou várias vezes as potências ocidentais pela falta de apoio para a guerra na Tchetchênia, nos anos 90.

Ameaça nuclear
Ivanov disse que o governo russo tinha provas irrefutáveis de que os combatentes tchetchenos contavam com apoio internacional, especialmente tendo ligações com a Al Qaeda de Osama bin Laden.

O ministro advertiu sobre a possibilidade de militantes atacarem instalações e usinas nucleares, roubarem armas de destruição em massa e provocarem um desastre ambiental.

"Qualquer demora da parte da comunidade mundial na tomada de medidas preventivas pode resultar em consequências ainda mais horríveis", disse o ministro.

"É mais fácil prevenir uma doença do que curá-la."

Ivanov disse que a comunidade internacional precisava deter o tráfico de drogas e a imigração ilegal que ajudavam a patrocinar os extremistas.

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