Reuters
04/02/2002 - 15h59

Rússia decide diminuir forças de paz em Kosovo

da Reuters, em Roma

A Rússia vai fazer cortes em seu contingente das forças de paz lideradas pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em Kosovo devido à necessidade de soldados para atuar no próprio país, disse na segunda-feira o ministro russo da Defesa, Sergei Ivanov.

A Rússia mantém cerca de 1.800 soldados na Província 'iugoslava, mas Ivanov disse que o governo russo pretende diminuir o contigente para cerca de 1.000 soldados.

"No último ano não houve um verdadeiro conflito armado. Não há resistência. Não vemos muito sentido em permanecer lá", disse Ivanov em uma entrevista coletiva durante uma conferência de um dia entre a Otan e os chefes militares da Rússia.

"A decisão de diminuir o nosso contingente não deve de forma alguma ser interpretada como uma falta de confiança na Otan, mas neste momento há a necessidade de policiamento, e não de ação militar", disse Ivanov, falando através de um intérprete.

"Os soldados são muito importantes em outras partes da Rússia", disse o ministro.

A Rússia está envolvida em um conflito com os separatistas na Tchhetchênia desde 1999. Centenas de soldados russos morreram no conflito, que não mostra sinais de estar terminando.

As tropas russas são parte de uma força de paz multinacional da Otan de quase 40 mil soldados em Kosovo. A Província é habitada principalmente por albaneses étnicos que querem a independência da Iugoslávia, controlada pelo sérvios.

Muitos albaneses se ressentem dos soldados russos devido às ligações entre a Rússia e a Sérvia.

A Rússia se opôs à guerra de 1999 da Otan contra a Iugoslávia, iniciada para acabar com a perseguição brutal aos albaneses de Kosovo, que haviam se insurgido contra uma década de opressão nacionalista sérvia. A Sérvia é hoje governada por reformistas democráticos.

A Rússia não faz parte da Otan mas suas tropas operam sob o comando da Otan/KFOR em Kosovo.

O secretário-geral da Otan, George Robertson, no entanto, disse que a organização "não tem planos de reduzir o nível das tropas no momento".

Falando na mesma conferência, Robertson disse que ao mesmo tempo em que o confronto armado tem sido pequeno, "o nível de violência continua inaceitável. As forças da Otan vão continuar robustas".
 

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