Reuters
04/02/2002 - 16h19

Regime semi-aberto poder ser solução para presídios britânicos

da Reuters, em Londres

O governo britânico propôs hoje aumentar o número de penas de regime semi-aberto como meio de enfrentar o problema da superpopulação carcerária no país.

"Estou procurando medidas radicais. Nossas prisões são herança da época vitoriana. Precisamos de prisões adequadas ao século 21", afirmou David Blunkett, ministro do Interior do país.

Blunkett propôs a adoção do que chamou de "custódia intermitente", na qual os prisioneiros passariam parte da semana na prisão e parte fora dela, trabalhando. O ministro também falou sobre um tipo de "sanção intermediária" envolvendo prisões abertas ou albergues nos quais os internos passariam apenas as noites.

Mas defensores dos direitos dos prisioneiros criticaram os planos e disseram que as medidas não combatiam as causas por trás do aumento da criminalidade no país.

"O governo prometeu ser mais duro com o crime, mas ele deve é ser duro com as causas da criminalidade -favelas urbanas, lares desfeitos, falta de perspectiva", afirmou Mark Leech, chefe da Unlock- Associação Nacional de ex-Criminosos.

O grupo Liberty, de defesa dos direitos humanos, elogiou as propostas, mas também apresentou críticas. "Deve haver assistência e programas de reabilitação para todos os prisioneiros, tanto durante o cumprimento das penas quanto depois da libertação, a fim de ajudá-los a achar trabalho e a voltar a ter uma vida normal", disse a organização.

As propostas foram feitas dias depois que um relatório denunciou as péssimas condições em que são mantidos os internos da prisão de Dartmoor, de 200 anos.

As prisões da Inglaterra e do Pais de Gales encontram-se à beira de uma crise de superpopulação -há 67.800 pessoas presas em acomodações construídas para abrigar 64 mil.

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