Reuters
06/02/2002 - 13h45

Grampo telefônico revela "papo cordial" de Milosevic e Clinton

da Reuters, em Belgrado (Iugoslávia)

O ex-presidente da Iugoslávia Slobodan Milosevic manteve relações cordiais com o ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton, de acordo com transcrições de telefonemas publicadas pela revista croata "Globus".

"É bom ouvir sua voz", disse Clinton a Milosevic, em janeiro de 1996, em um dos telefonemas grampeados. "Damos apoio à normalização das relações e sabemos que não se pode continuar sem você", afirmou o ex-presidente norte-americano, em outra conversa, referindo-se aos acordos de paz de Dayton, que colocaram fim à guerra na Bósnia.

Reuters - 20.set.2000

Slobodan Milosevic, ex-presidente da Iugoslávia
"Ele [Clinton] foi muito amável", contou Milosevic mais tarde a Milan Milutinovic, seu aliado.

Membros do Ministério de Defesa da Croácia afirmaram hoje que as transcrições eram verdadeiras e que foram feitas com base em centenas de telefonemas grampeados pelo serviço de inteligência do país. Milosevic não fez comentários sobre o assunto.

Segundo a imprensa norte-americana, o governo dos EUA ficou "furioso" com o vazamento das informações, em especial com a transcrição das declarações de Clinton.

Na fita, Milosevic mostrou-se surpreso ao ver o jornal "Politika", principal publicação pró-governo de Belgrado (capital iugoslava), acusar Clinton de ser um dirigente marcado por escândalos e ávido por aparecer em fotografias.

Folha Online - 28.ago.2001
Bill Clinton, ex-presidente dos EUA
O então presidente iugoslavo ligou para o editor do diário, Dragan Hadzi Antic: "Pelo amor de Deus. Você não pode deixar eles fazerem o que quiserem. O 'Polítika' é visto como o porta-voz do governo e você me pega e ataca Clinton."

No dia seguinte, o jornal publicou um editorial favorável a Clinton.

O ex-presidente iugoslavo encontra-se atualmente detido em Haia, na Holanda, onde aguarda para ser julgado, a partir da próxima semana, pelo tribunal internacional da ONU (Organização das Nações Unidas) sob a acusação de crimes contra a humanidade. Clinton e outras lideranças mundiais podem ser convocados para testemunhar.

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