Reuters
11/02/2002 - 15h54

140 pessoas assistirão ao julgamento de Milosevic dentro do tribunal

da Reuters, em Haia

A imprensa mundial, autoridades internacionais, advogados e ativistas dos direitos humanos de todo o mundo se reuniram em Haia hoje, na véspera do início do histórico julgamento de Slobodan Milosevic por crimes de guerra.

Acusado de ser o mandante da limpeza étnica conduzida nos Bálcãs nos anos 1990, o ex-líder iugoslavo enfrenta o maior julgamento por crimes de guerra na Europa desde que os comandantes de Hitler foram julgados em Nurembergue, após o término da 2ª Guerra Mundial.

Reuters - 30.out.2001
Slobodan Milosevic, ex-presidente da Iugoslávia
A previsão é que cerca de 1.000 jornalistas lotem os corredores e as instalações preparadas para a mídia na sede do tribunal da ONU (Organização das Nações Unidas), amanhã. Cerca de 140 pessoas vão assistir ao julgamento dentro do recinto do tribunal.

"Este será um dos eventos mais significativos que este tribunal jamais verá", disse o vice-promotor do tribunal, Graham Blewitt. 'É um grande dia para a humanidade."

Milosevic é acusado, pelo Tribunal Criminal Internacional para a antiga Iugoslávia, de crimes contra humanidade na Croácia em 1991-1992, genocídio na guerra da Bósnia, de 1992-1995, e crimes contra a humanidade em Kosovo, em 1999.

O tribunal registrou sua declaração de inocente nos três indiciamentos e indicou três advogados internacionais como "amici curiae" ou "amigos do tribunal", para garantir que Milosevic tenha um julgamento justo.

Quando o julgamento começar, na terça, Milosevic -que, manifestando desprezo pelo tribunal, que considera ilegal, se negou a constituir um advogado de defesa- vai tentar argumentar que fomentou a paz nos Bálcãs, disseram seus assessores jurídicos.

Se for condenado por múltiplas violações dos direitos humanos (incluindo o genocídio, o crime mais grave do qual é acusado), o ex-homem forte sérvio pode ser condenado à prisão perpétua.

Leia mais no especial sobre Slobodan Milosev


 

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