Reuters
13/02/2002 - 10h36

Filha de Milosevic nega acusações contra seu pai

da Reuters, em Belgrado

Slobodan Milosevic teria evitado as atrocidades na Bósnia e na Croácia se tivesse condições, segundo disse Marija Milosevic, filha do ex-presiente ao jornal "Nacional", de Belgrado.

Marija, que passou todo dia de ontem acompanhando o primeiro dia da "insensatez de Haia", como chamou o julgamento do ex-ditador iugoslavo por genocídio e crimes contra a humanidade cometidos na década de 1990 na Croácia, Bósnia e Kosovo.

Ela considerou ilógico julgar seu pai por crimes na Croácia e na Bósnia, já que na época daquele conflito ele era presidente da Sérvia e, por isso, não tinha autoridade sobre as regiões conflagradas.

Reuters - 28.set.2000
Slobodan Milosevic e sua filha, Marija
Na prática, porém, Milosevic passou uma década como homem forte do país, independente do cargo que ocupasse. Os promotores dizem que, com o colapso da antiga Iugoslávia, o Exército se tornou uma ferramenta do líder sérvio.

Marija foi dona de uma emissora de televisão durante o regime de seu pai. Quando ele foi preso pelo governo reformista que o substituiu, em 2001, ela exprimiu sua raiva disparando tiros de pistola.

"Não posso acreditar que ele esteja sendo julgado porque mulheres e casas foram queimadas na Bósnia e na Croácia em 1991 e 1992. Ele certamente teria evitado isso se pudesse, de qualquer maneira, mas não era nem comandante do Exército nem chefe de Estado", disse Marija.

Ela afirmou ainda que seu pai "amava" a histórica cidade croata de Dubrovnik e portanto nunca teria ordenado seu bombardeio, como indica a acusação de Haia.

Leia mais no especial sobre Slobodan Milosevic
 

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