Mau tempo e altitude dificultam resgate de corpos no Irã
da Reuters, em Chegeni (Irã)O céu nublado e a dificuldade de acesso prejudicam os trabalhos de resgate de um avião que caiu no Irã, matando todas as 117 pessoas a bordo.
Um grande pedaço de rocha escurecida marca o lugar onde o Tupolev-154 da empresa estatal Iran Air Tours se chocou contra uma montanha ontem, quando se preparava para pousar em Khorramabad, oeste do país.
No vale abaixo do local do acidente, forças de segurança continham os parentes das vítimas que tentavam furar o cordão de isolamento e atingir o cume por conta própria. "Por que não pedem helicópteros? Se houvesse um só mulá a bordo, vocês já teriam resgatado todos os corpos", dizia um parente. O Exército disse que não podia trazer helicópteros por causa do mau tempo. Com cordas, as equipes tentavam atingir o avião, enquanto embaixo caixões de madeira crua esperavam as vítimas. Quatro funcionários do governo e quatro espanhóis de uma empresa de equipamentos industriais estão entre os mortos.
Cerca de 200 alpinistas estão sendo levados à região para ajudar nas buscas. Fogueiras foram acesas e tiros foram disparados para o alto durante a noite para assustar animais selvagens e evitar que eles devorem os cadáveres.
Em Teerã, de onde saiu o avião, parentes desesperados passaram a noite no aeroporto, à espera de notícias. "Ontem foi seu aniversário de casamento e eu levei presentes. Ela disse adeus com um jeito estranho, como se soubesse o que iria acontecer", contou a irmã de uma tripulante.
Acidentes aéreos têm sido comuns no Irã nos últimos anos. As sanções norte-americanas dificultam a compra de peças de reposição para a frota de Boeings, já decrépita (a maioria foi comprada antes da Revolução Islâmica de 1979). No lugar deles, o país usa aparelhos da ex-União Soviética, como o Tupolev.
Especialistas disseram que o avião saiu de sua rota normal antes de bater, mas só vão descobrir o que aconteceu depois de analisar os dados da caixa-preta.
Leia mais no especial Risco no Ar
