Reuters
13/02/2002 - 15h05

Líder de extrema direita da Áustria defende visita ao Iraque

da Reuters, em Viena (Áustria)

O principal líder da extrema direita da Áustria, Joerg Haider, defendeu hoje sua visita ao Iraque e acusou os Estados Unidos de escolherem o país árabe como pretexto para alimentarem sua indústria armamentista.

Ontem, o ex-presidente do Partido da Liberdade encontrou-se com o líder do Iraque, Saddam Hussein, o que provocou críticas do Departamento de Estado norte-americano.

Fotomontagem
Jörg Haider (esq.), líder da extrema direita austríaca, e Saddam Hussein, presidente do Iraque
Em uma entrevista coletiva concedida depois de sua volta, Haider, cujo partido participa da coalizão governista liderada pelo chanceler Wolfgang Schüssel, declarou que sua visita havia tido um caráter humanitário.

"Entreguei aparelhos para um banco de sangue de Bagdá (capital iraquiana) cujo objetivo principal é ajudar crianças que sofrem de leucemia", disse Haider.

O líder da extrema direita também aproveitou a oportunidade para criticar a política norte-americana em relação ao país árabe, o que deve enfurecer os EUA e causar problemas para Schüssel. O presidente norte-americano, George W. Bush, afirmou recentemente que o Iraque era um dos três países que formavam um "eixo do mal".

"Pela primeira vez em minha vida, estou de acordo com o ministro das Relações Exteriores da Alemanha (Joschka Fischer, dos Verdes), o que pode surpreendê-los", disse. "Concordo com ele quando diz que não se pode apresentar nenhum país como maligno com acusações não provadas a fim de se ter um pretexto para iniciativas de política armamentista."

Em Bagdá, um jornal oficial afirmou que Haider teria defendido que as sanções impostas ao país pela ONU (Organização das Nações Unidas) fossem suspensas.

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