Reuters
14/02/2002 - 11h28

Festa na Mangueira virou a madrugada no Rio de Janeiro

da Reuters, no Rio de Janeiro

A vitória verde e rosa arrastou, como num trio elétrico, uma multidão para a quadra da escola minutos após encerrada a apuração. A festa, segundo a direção, era "prá virar a madrugada".

De acordo com cálculos da Polícia Militar, foram para a "Estação Primeira" 25 mil pessoas, que chegam a ocupar as imediações do Morro que dá nome à escola.

Como no Nordeste - tema do samba da escola - os mangueirenses enfrentaram a falta de água e um calor de quase 40 graus para lotar as arquibancadas do Sambódromo no meio da tarde de quarta-feira para acompanhar bem de perto a apuração. A seca foi compensada na festa na quadra, já que a escola encomendou 12 mil latas de cerveja para o brinde da vitória.

Entre os que comemoravam, Jamelão, de 86 anos, símbolo do diferencial mangueirense e que não aceita ser chamado de "puxador de samba", como acontece nas outras agremiações. Ele é intérprete e passou a ocupar o cargo de Presidente de Honra, que na maioria das demais escolas é preenchido pelos "patronos".

"Tem que engolir a Mangueira de qualquer maneira. Ela é a melhor", disse Jamelão, que fez questão de ir à quadra para mais uma vez puxar, aliás interpretar, o samba enredo.

Diferencial
Sem patrono (que na linguagem das escolas de samba quer dizer sem o suposto dinheiro de banqueiros do jogo do bicho), sem o luxo exacerbado e os recursos das demais, a Mangueira encontrou o tom da vitória com o carnavalesco Max Lopes. Ele amenizou a presença das cores da escola na avenida e optou pelo luxo, mas sem perder as características de samba no pé e tradição.

"Na Mangueira não tem mulher nua. Nem celebridades. A celebridade é o mangueirense que frequenta o ano todo o Carnaval, o que não impede que existam mangueirenses famosos como Beth Carvalho e Alcione", explicou Elmo dos Santos, da Comissão de Carnaval.
 

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