Reuters
14/02/2002 - 14h55

Blues e jazz fizeram o Carnaval no interior do Ceará

da Reuters, em Guaramiranga

O terceiro Festival de Jazz e Blues de Guaramiranga, na serra cearense, terminou na terça-feira de Carnaval com um show apoteótico do grupo paulistano Os Bluesmen, cuja formação inclui Nasi (vocalista do Ira!) e Flávio Guimarães.

Ao longo dos quatro dias de Carnaval, a minúscula cidade a 150 quilômetros de Fortaleza atraiu milhares de pessoas. Nomes como Victor Biglione, Cama de Gato e Curupira fizeram a folia para quem quis escapar da trilogia samba, forró e axé music.

Uma versão compacta do evento, com as principais atrações, será realizada de quinta-feira a domingo em Fortaleza, no Centro de Arte e Cultura Dragão do Mar.

O festival de Guaramiranga já se firmou como um dos maiores do gênero fora do eixo Rio-São Paulo. Toninho Horta, Nuno Mindelis e André Christovam são alguns artistas que participaram das edições anteriores.

Organizado pela produtora de eventos Via de Comunicação, com apoio do Estado e da Prefeitura, além de vários patrocinadores, o festival foi muito além de uma série de shows em três palcos diferentes.

Workshops, desfiles de rua, exposições de artes plásticas, oficinas de criatividade para crianças e jam sessions que terminavam por volta das 3h da madrugada mantiveram a cidade respirando música e cultura.

Um atrativo a mais foi poder ver os artistas circulando pelas ruas da pequena cidade ou nos bares, sem se importar (e até se divertindo) com o assédio do público.

Os shows mais aplaudidos foram os do Os Bluesmen e do Blues Etc., um trio acústico carioca. Mas a prata da casa não demonstrou menos talento.

O violonista Manassés, que funde ritmos regionais a psicodelismo, música flamenca e indiana, merecia estar no primeiro escalão da MPB.

Grupos de jazz como Marimbanda e Brazuca, de Fortaleza, também surpreenderam pela alta qualidade e inventividade de seus shows.

E a banda The Bluz, de Caruaru (PE) causou impacto com um guitarrista que atirou-se do palco enquanto tocava, arrastou-se pelo chão, atirou a guitarra longe, quase destruindo por completo o instrumento. Um tanto selvagem para uma apresentação jazzística.
 

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