Reuters
14/02/2002 - 18h39

Chefe da Otan rebate acusações de Milosevic

da Reuters, em Bruxelas

O secretário-geral da Otan, George Robertson, reagiu hoje às acusações feitas pelo ex-presidente da Iugoslávia Slobodan Milosevic durante sua defesa no julgamento por crimes contra a humanidade em Haia, na Holanda.

Robertson defendeu as ações militares da aliança, que foram a primeira ofensiva da Otan contra uma nação soberana na história do pacto militar ocidental.

"Milosevic tem direito de criar o caso que quiser", disse Robertson durante visita a Varsóvia.

"Afinal, ele está em julgamento por alguns dos crimes mais graves já cometidos desde a Segunda Guerra Mundial. Mas contar mentiras sobre a Otan não vai ajudá-lo. A Otan sempre agiu dentro da lei internacional e fez isso para salvar vidas, não para perder vidas."

O Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia em Haia já concluiu que não há provas suficientes para processar a Otan.

Milosevic direcionou sua defesa a ataques contra a campanha da Otan que matou centenas de civis na Iugoslávia em 1999.

Os Estados Unidos afirmaram que o bombardeio na Iugoslávia em resposta ao ataque sérvio a Kosovo foi "a operação mais precisa e de menor efeito colateral que já conduzimos".

Mas o ex-líder iugoslavo abriu sua defesa contra as 66 acusações de crimes de guerra mostrando um documentário de televisão de uma hora, em que a aliança ocidental é acusada de violar a lei internacional de guerra.

Ele mostrou ao tribunal imagens horripilantes de cabeças e membros humanos arrancados durante a Operação Força Aliada e atacou incoerências nas declarações de líderes da Otan, afirmando que um porta-voz da aliança merecia o título de "Grande Prêmio da Mentira".

Os bombardeios da Otan só foram mencionados na última das 32 páginas do processo contra Milosevic.

A maioria dos sérvios - mesmo os que se opunham a Milosevic - considera os ataques feitos durante 78 dias pelos Estados Unidos, Itália, França, Reino Unido e Canadá como uma agressão e acredita que a Otan deve ser processada. Organizações internacionais de direitos humanos concordam.

Leia mais no especial sobre Slobodan Milosev
 

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