Haider deixa a política austríaca, mas permanece influente
da Reuters, em VienaO líder direitista Jöerg Haider vai continuar influenciando a política austríaca, apesar de sua decisão de abandonar a vida pública e continuar apenas como conselheiro do Partido da Liberdade, disseram analistas hoje.
Na sexta-feira (15), de forma surpreendente, Haider abandonou sua participação no governo de coalizão. Sob o comando dele, o Partido da Liberdade se tornou o mais influente da ultra-direita européia. Haider esteve em condições de assumir o poder em 1999, mas desistiu devido à pressão internacional contra suas políticas xenófobas.
A saída de Haider do governo não ameaça a coalizão entre o Partido da Liberdade e o conservador Partido Popular. Mas a decisão reforça a imagem do Liberdade como um partido imprevisível, o que pode causar estragos nas eleições do ano que vem. "O Partido da Liberdade realmente não pode se virar sem Haider na próxima eleição", diz a analista Melanie Sully, da Academia Diplomática de Viena.
Os jornais especulam que Haider pode ter se retirado para planejar um retorno triunfal. Para o diário checo Mlada Fronta Dnes, o austríaco está se preparando para chegar ao cargo de primeiro-ministro.
Para Sully, a decisão agora está nas mãos da líder do partido, Susanne Riess-Passer: manter o populismo de Haider ou tornar-se um partido mais pragmático, como quer o ministro das Finanças, Karl-Heinz Grasser.
Para o jornal "Der Standard', o partido só chegou aonde está por causa da presença de Haider. Mas Sully acha que Haider está se tornando mais um peso do que um trunfo para o partido, como mostrou seu recente encontro com o ditador iraquiano Saddam Hussein.
Na primeira eleição que disputou, em 1986, o Partido da Liberdade teve 9,7% dos votos. Em 1999, conseguiu 27,2%. Nas últimas eleições locais, o partido foi mal, o que mostrou que Haider estava em declínio. Em 1991, ele renunciou ao governo da Caríntia após elogiar a política de emprego de Adolf Hitler. Voltou ao posto, eleito, em 1999.