Reuters
19/02/2002 - 16h35

Condenado dos EUA que pediu cadeira elétrica morre com injeção

da Reuters, em Lucasville (EUA)

O norte-americano John Byrd Jr., 38, condenado à morte por cometer um assassinato em Ohio (norte dos EUA), que havia escolhido morrer na cadeira elétrica para protestar contra a acusação, acabou recebendo hoje uma injeção letal após o Estado ter extinguido a morte por eletrocussão.

John Byrd Jr., condenado em 1983 pelo assassinato a facadas de um atendente de uma loja após um roubo, foi declarado morto às 10h12 (13h12 em Brasília). Ele havia escolhido morrer na cadeira elétrica para chocar seus executores e reforçar sua alegação de inocência.

A última tentativa de apelação do condenado continha a alegação de que seu comparsa no roubo, sentenciado à prisão perpétua, é que havia esfaqueado a vítima. A Justiça negou a Byrd o direito de um novo julgamento.

Quando a data da execução foi marcada, no ano passado, Byrd escolheu morrer em uma cadeira elétrica ao invés de injeção letal, método mais comum no estado.

O condenado fez essa opção porque "não desejava ingressar silenciosamente na noite", disse um de seus advogados. Segundo os representantes legais dele, Byrd queria expressar sua opinião de que a pena de morte era injusta e deixar claro que era inocente.

Mas o Poder Legislativo de Ohio respondeu à escolha de Byrd reformando a lei da pena de morte em novembro, aposentando a cadeira elétrica no Estado e unindo-se à maior parte dos outros estados norte-americanos onde a injeção letal é o único método previsto para execução.

A última morte na cadeira elétrica, a de Michael Claggett, aconteceu em 6 de julho de 2000 e foi a quinta daquele ano. Todas as 108 execuções que aconteceram desde então usaram a injeção letal, uma mistura de produtos químicos que paralisa o coração e provoca uma morte relativamente tranquila.

Oposição
Opositores à pena de morte consideram a execução na cadeira elétrica um método bárbaro. O Centro de Informações sobre a Pena de Morte apresentou detalhes sobre várias execuções problemáticas por esse método, incluindo algumas em que chamas pularam do corpo do condenado ou várias cargas de eletricidade foram necessárias até a morte dele.

Ohio retomou a pena de morte em 1999 e matou dois condenados antes de Byrd. O estado não usa a cadeira elétrica desde 1963, apesar de o equipamento ter sido reformado em 1992.

Antes de mudar sua lei, Ohio estava entre os 11 estados do país que prevêem o uso da cadeira elétrica, um método considerado alternativo. Apenas o Alabama e Nebraska usam a eletrocussão como método único de execução.

Alguns estados oferecem aos condenados alternativas à injeção letal. Cinco prevêem a morte em câmara de gás, três por enforcamento e dois por um pelotão de fuzilamento, afirmou o centro.
 

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