Membros do Pentágono criticam estratégia de notícias falsas
da Reuters, em WashingtonAutoridades norte-americanas da área de defesa mostraram-se preocupadas com os planos do Pentágono de dar informações falsas para jornalistas estrangeiros e outras pessoas a fim de defender os interesses dos EUA na chamada guerra contra o terrorismo.
As autoridades disseram temer que o sigiloso Escritório de Influência Estratégica -um órgão criado no Departamento de Defesa depois dos ataques de 11 de setembro e que é chefiado por um general da Força Aérea -poderia prejudicar a credibilidade da organização.
"Não deveríamos participar disso. Deixem o vazamento propagandístico a cargo da CIA", afirmou uma das autoridades, que não quis ter sua identidade revelada, ao comentar uma reportagem publicada hoje pelo jornal "The New York Times".
Havia poucas informações disponíveis a respeito do novo órgão, mas uma autoridade confirmou a informação à reportagem do Times. O escritório poderia divulgar informações falsas assim como enviar reportagens verdadeiras para jornalistas, autoridades governamentais ou líderes civis.
O secretário de Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld, havia prometido, duas semanas depois dos ataques de setembro, nunca mentir aos repórteres.
A secretária-assistente de Defesa para Relações Públicas, Victoria Clarke, porta-voz do Pentágono e de Rumsfeld, confirmou que o novo órgão havia sido criado, mas ressaltou que as funções do seu cargo não haviam sido afetadas.
"Esse é um trabalho ainda em andamento e os poderes (do novo escritório) ainda não foram definidos claramente", disse Clarke.
Algumas autoridades da área de defesa disseram que mesmo a sugestão de misturar atividades clandestinas com o papel tradicional de relações públicas do Pentágono poderia abalar a credibilidade do órgão.
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