Reuters
19/02/2002 - 18h25

Médicos tentam tratar leucemia com sangue de cordão umbilical

da Reuters, em Cingapura

Médicos de Cingapura têm usado o sangue de cordões umbilicais para substituir células cancerosas da medula óssea em pacientes com leucemia, sem destruir as células existentes e oferecendo uma esperança de cura.

Especialistas do Hospital Geral de Cingapura transplantaram com sucesso o sangue de cordões umbilicais de doadores para dois adultos nos três últimos meses, que anularam as células problemáticas dos receptores. Anteriormente, as células sanguíneas existentes eram mortas para abrir caminho para as substitutas.

O sangue do cordão umbilical é repleto de células-tronco, estruturas indiferenciadas que podem se transformar em qualquer outro tipo de célula. No caso, elas estão se transformando em novas células da medula, livres da doença. Cientistas acreditam que as células-tronco podem ser a solução para a cura de várias doenças degenerativas, como os males de Parkinson e Alzheimer.

"O sangue do cordão irá crescer vagarosamente e substituir as células hospedeiras em questão de semanas e, em alguns casos, pode-se obter a substituição total entre 90 e 100 dias", afirmou Patrick Tan, que chefiou a equipe médica. "Se realmente for removido 100% (das células cancerosas) não haverá mais leucemia."

Um paciente recebeu pela primeira vez em todo o mundo o sangue do cordão de duas amostras diferentes e espera-se que chegue em breve a uma substituição completa das células da medula óssea. No entanto, são necessários três anos antes que a pessoa possa ser considerada completamente curada.

Atualmente, os pacientes que sofrem de leucemia têm de se submeter a sessões de quimioterapia, que frequentemente matam além das células cancerosas, as saudáveis. Uma segunda alternativa é tentar encontrar um doador compatível para um transplante de medula óssea.

Ao anular as células hospedeiras da medula óssea em vez de matá-las através da quimioterapia, os pacientes têm chances maiores de sobreviver, já que suas próprias células podem entrar em ação caso haja falhas no transplante.

"O transplante (de sangue do cordão) pode falhar, mas as pessoas não morrem. Existe uma rede de segurança. Mas, se você fizer o método mieloablativo (a remoção da medula óssea), não haverá aquela rede de segurança. Se o transplante (de medula) falhar, o paciente morre", afirmou Tan.

O uso do sangue do cordão também reduziu o risco de novas células enxertadas atacarem o corpo do receptor, uma das maiores preocupação no transplante de medula.
 

FolhaShop

Digite produto
ou marca