Reuters
20/02/2002 - 22h12

Menos de 1% do sangue doado após 11 de setembro foi usado

da Reuters, em Boston

Menos de 1% do sangue doado após os ataques de 11 de setembro foi usado pelas vítimas do atentado, segundo relatório publicado na edição de amanhã do "New England Journal of Medicine".

Paul Schmidt, em uma coluna de opinião do prestigiada revista médica, disse que as organizações que pediram agressivamente por doações de sangue enganaram os doadores ao não informar "que foram as doações regulares, colhidas antes do desastre, que salvaram vidas".

Em vez de pedir doações de urgência para ajudar as vítimas da tragédia, as campanhas deveriam ter deixado claro que o sangue seria necessário para repor os estoques usados na ocasião.

Das mais de 475.000 unidades doadas depois dos atentados ao World Trade Center e ao Pentágono, apenas 258 foram usadas por suas vítimas.

A Cruz Vermelha, por exemplo, acabou descartando 17% das 287.000 unidades que coletou porque elas permaneceram armazenadas, sem uso, por mais de 42 dias.

Schmidt disse "que é necessária uma discussão pública sobre o que houve de errado, como parte de uma campanha nacional para estimular doações regulares, sem apelos emocionais".

"Os acontecimentos de 11 de setembro mostram que o apelo em massa não é a maneira mais segura nem a mais eficiente de se coletar sangue", disse Schmidt.

Quando acontece um desastre, disse, "a mensagem principal deveria ser que o sangue coletado hoje não será usado hoje, mas que haverá uma necessidade urgente de doações no futuro para repor e manter os estoques da comunidade".

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