Consumo exagerado de vinho eleva risco de câncer de fígado
da Reuters, em Nova YorkO consumo diário de uma grande quantidade de álcool está associado à maior probabilidade de desenvolver câncer de fígado, segundo uma equipe de pesquisadores italianos.
"A quantidade de álcool ingerida é o fator determinante mais importante do risco de se ter uma doença hepática em consequência do uso da substância", disse Francesco Donato, professor de epidemiologia e saúde pública da Universidade de Bréscia, na Itália. "Consumir uma grande quantidade de álcool por alguns dias é um comportamento de risco. Já beber uma quantidade que varia de pequena a moderada ao longo de muitos anos pode ser seguro."
O uso do álcool é considerado a principal causa de doenças hepáticas como cirrose e câncer de fígado. No trabalho atual, os pesquisadores queriam determinar a quantidade considerada segura para o consumo e o volume associado ao aumento de risco.
A equipe de Donato estudou 464 homens e mulheres italianos que tinham diagnóstico de carcinoma hepatocelular, a forma mais comum de câncer de fígado, e 824 pacientes sem dano hepático. A todos foi solicitado informar o histórico consumo de bebida ao longo da vida. Os resultados da pesquisa foram publicados na edição de 15 de fevereiro da revista
"American Journal of Epidemiology".
Os cientistas verificaram que, para ambos os sexos, beber mais de 60 gramas de álcool por dia, quantidade equivalente a quatro ou cinco copos de vinho, esteve associado à probabilidade elevada de desenvolver câncer hepático. O consumo diário de 40 a 60 gramas de álcool, cerca de três ou quatro copos de vinho, esteve relacionado a um risco moderado para a doença.
"Ingerir até 40 gramas por dia, provavelmente, não é perigoso para o fígado e poderia ser benéfico para o sistema cardiovascular", disse Donato.
Como a maioria dos pacientes bebia principalmente vinho, os pesquisadores não puderam tirar conclusões sobre tipos diferentes de bebidas alcoólicas.
A equipe também verificou que a chance de ter câncer de fígado foi mais elevada entre as pessoas com diagnóstico de hepatite C ou B. "O risco de câncer em pacientes com hepatite viral quase dobrou com o consumo regular de bebidas alcoólicas", afirmou Donato. "Por prudência, eles deveriam se abster completamente da ingestão de álcool."
