Reuters
22/02/2002 - 10h04

Hacker Kevin Mitnick tem encontro com ex-vítima

da Reuters, em São José (EUA)

Uma década atrás, Kevin Mitnick ludibriou um funcionário da Novell para conseguir acesso a dados confidenciais. Esta semana, o lendário hacker e sua vítima encontraram-se pela primeira vez.

"Isto é irônico", disse Mitnick, ao apertar a mão de Shawn Nunley, como velhos amigos, na Conferência RSA de segurança informática. Os dois riram e contaram histórias da época em que eram adversários.

Classificado como "terrorista de computador" pelo FBI, Mitnick deixou as autoridades frustradas na caça que durou três anos, enquanto invadia as redes de Novell, Sun Microsystems e Motorola no início da década de 1990.

Mitnick, 38, mora agora em um subúrbio de Los Angeles. Ele foi preso em fevereiro de 1995 e libertado sob condicional depois de quase cinco anos, chegando a cumprir pena em solitária por quase oito meses.

"Fui a única pessoa na história dos Estados Unidos detida sem uma audiência de fiança", disse.

Com medo de que não conseguisse um julgamento justo, ele se declarou culpado de fraude eletrônica e de informática e interceptação de comunicações em março de 2000. Foi libertado, mas precisa de autorização do governo para viajar e usar qualquer tecnologia até o fim de sua condicional, em janeiro de 2003.

Ele pode ter um celular, mas não pode usar e-mail nem surfar na internet, e agora as autoridades estão tentando impedi-lo de se dedicar ao hobby que tem há 25 anos, o rádio amador.

Os caminhos de Mitnick e Nunley se cruzaram quando o hacker conseguiu enganar o engenheiro pelo telefone para obter uma senha, o que permitiu seu acesso a códigos da Novell. Nunley em princípio testemunhou contra Mitnick, mas depois concluiu que o processo do governo era exagerado e pretendia transformar o hacker em um exemplo —e ligou para Mitnick oferecendo ajuda.

Esse tipo de estratégia de hacker —que não envolve tecnologia, mas lábia— é descrita por Mitnick como "engenharia social". O hacker está proibido de escrever suas histórias até 2010, mas trabalha em um livro sobre a técnica de "ataques de engenharia social", chamado provisoriamente "The Art of Deception" (A Arte da Enganação), segundo ele muito difícil de dominar e que até hoje é ignorada pelas corporações.

Leia mais notícias de Informática Online
 

FolhaShop

Digite produto
ou marca