Reuters
25/02/2002 - 09h36

Fujimori lança no Japão livro sobre sua luta contra guerrilhas

da Reuters, em Tóquio

O ex-presidente peruano Alberto Fujimori lança hoje um livro em que conta ao público japonês como combateu as guerrilhas de esquerda durante a década em que esteve no poder.

Reuters - 26.nov.2000
O ex-presidente Alberto Fujimori, refugiado no Japão
O livro "Alberto Fujimori Luta contra o Terrorismo" é aparentemente uma tática do ex-presidente para ganhar a simpatia dos japoneses e assim evitar sua extradição para o Peru, onde é acusado de violações dos direitos humanos e corrupção. Ele nega as acusações e se vale da dupla cidadania para permanecer no Japão. Fujimori diz ainda que no Peru não teria um julgamento justo.

O livro é uma apaixonada defesa da sua luta contra os grupos Sendero Luminoso e Movimento Revolucionário Tupac Amaru (MRTA). Os conflitos deles com o governo mataram mais de 30 mil pessoas nas décadas de 1980 e 1990. A extinção deles é um dos raros feitos de Fujimori que mereceram reconhecimento internacional.

"Fui forçado a me instalar no Japão, muito longe do Peru, mas isso não significa que eu vou ficar sentado e quieto", escreveu Fujimori no volume de 230 páginas. Ele fugiu para o país em novembro de 2000, quando cresceram as suspeitas de corrupção envolvendo seu chefe de espionagem, Vladimiro Montesinos.

Por mais de um ano, o ex-presidente se comunicou com o público através de seu website www.fujimorialberto.com. No mês passado, ele reapareceu para dar uma palestra sobre terrorismo a universitários de Tóquio

A importante editora Chuokoron-Shinsha imprimiu 10 mil cópias do livro. Em junho, deve sair um volume mais completo com as memórias do ex-presidente.

Fujimori afirma em seu livro que se empenhou mais do que qualquer outro presidente em combater os rebeldes, comparados por ele a Osama bin Laden, e que por isso o Peru vive hoje um período de paz sem precedentes.

Mas juristas peruanos investigam abusos contra 60 presos do Sendero Luminoso, em 1992, e o desaparecimento de 72 universitários entre 1990 e 92. Parlamentares e funcionários do governo suspeitam ainda que ele tenha dado ordens para executar, em 1997, 14 guerrilheiros do MRTA que realizaram um sequestro na casa do embaixador japonês.

Leia mais:
  •  Fujimori diz que marcas na ex-mulher são de "prática curativa"


  • Leia mais no especial Fujimori
     

    FolhaShop

    Digite produto
    ou marca