Reuters
25/02/2002 - 10h42

Fujimori diz que marcas na ex-mulher são de "prática curativa"

da Reuters, em Tóquio

O ex-presidente peruano Alberto Fujimori disse hoje que sua ex-mulher mentiu ao apresentar as cicatrizes de um tratamento médico como provas de que foi torturada durante o governo dele.

Susana Higuchi, divorciada de Fujimori desde 1996, disse na sexta-feira (22) que sofreu cerca de 500 sessões de tortura nos porões do serviço de inteligência do país.

Reuters - 25.nov.2000
O ex-presidente Alberto Fujimori, refugiado no Japão
Em um comunicado, Fujimori escreveu: "Como poderia não se saber? Como esconder esse número recorde de torturas? Simples, a ex-primeira-dama mentiu quando exibiu suas supostas cicatrizes. Elas não são marcas de tortura, são os traços deixados por uma prática curativa natural".

Segundo ele, Susana Higuchi teria se submetido a um tratamento com ervas, muito popular no Japão e na China.

Mas Leonor la Rosa, uma ex-agente torturada em 1997 por permitir o vazamento de informações para a imprensa, disse na semana passada que testemunhou as agressões à ex-primeira-dama. Seu advogado disse que ela foi punida por oferecer um casaco a Susana, que estaria nua em uma cela.

Fujimori disse que essa acusação precisa ser confirmada e desafiou seus sucessores no governo a investigar o caso com imparcialidade e objetividade.

O ex-presidente fugiu para o Japão em novembro de 2000, quando cresceram as denúncias de corrupção contra seu chefe de inteligência, Vladimiro Montesinos. Ele se vale da dupla cidadania para evitar a extradição para o Peru, onde é acusado de corrupção e abuso dos direitos humanos -crimes que nega.

Fujimori expulsou Susana da residência presidencial depois que ela fez denúncias de corrupção no governo.

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