Reuters
25/02/2002 - 18h22

Atores dos EUA autorizam seus agentes a investir em produções

da Reuters, em Hollywood

Num acordo histórico que pode mudar toda a maneira de trabalhar da indústria do entretenimento, o sindicato dos atores de Hollywood acaba de autorizar provisoriamente as poderosas agências de talentos a investir na produção de cinema e TV. Com isso, o sindicato derrubou uma barreira erguida há uma década com o intuito de evitar conflitos de interesses.

O acordo foi fechado na sexta-feira pela noite por representantes do Sindicato de Atores de Cinema e Televisão (SAG), da Associação de Agências de Talentos (ATA) e da Associação Nacional de Representantes de Talentos (NATR).

Para que possa ser confirmado, o acordo terá que ser ratificado por referendo feito com os 98.600 filiados do SAG. Fontes internas do sindicato duvidam de que ele venha a ser aprovado pelas bases.

O sindicato dos atores fiscaliza as atividades das agências de talentos por meio de um acordo que as impede expressamente de diversificar seus investimentos.

O objetivo era assegurar que as agências conseguissem os melhores contratos para seus clientes, os atores. Se as agências também tiverem participações nos estúdios ou produtoras de cinema, elas se tornarão as empregadoras dos atores.

Mas as agências de talentos argumentam que esse sistema é desatualizado, já que hoje o cinema é uma indústria verticalmente integrada e que está sob o controle de apenas um punhado de conglomerados internacionais. Além disso, as colocaria em desvantagem em relação a agências de talentos não regulamentadas, que produzem filmes com seus próprios clientes.

Num sinal de que a ratificação não é líquida e certa, o comitê negociador do SAG não endossou o acordo por unanimidade, como fez o comitê da ATA. Menos de 25% dos filiados ao sindicato dos atores são formalmente representados por agências de talentos, e muitos deles podem ser hostis a qualquer acordo que pareça beneficiar essas agências.
 

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