Reuters
03/03/2002 - 16h12

Ação dos EUA contra Iraque pode começar secretamente, diz senador

da Reuters, em Washington

Um senador democrata dos Estados Unidos disse hoje que a ação contra o Iraque poderá começar sem notificação ao Congresso, a fim de permitir que o presidente George W. Bush "empregue a surpresa no ataque ou contra a liderança do país".

O senador Joseph Lieberman, ex-candidato a vice-presidente, criticou o governo Bush por habitualmente deixar de lado a consulta de membros do Congresso na atual guerra contra o terrorismo. Ele disse no programa da emissora de TV CBS "Face the Nation" que "o governo poderia, neste ponto, fazer um trabalho melhor envolvendo membros do Congresso em algumas discussões sobre a guerra".

Lieberman, entretanto, fez questão de deixar clara a diferença em relação ao Iraque e ao empenho para derrubar o presidente Saddam Hussein. A recente declaração de Bush de que o Iraque, o Irã e a Coréia do Norte fazem parte de um "eixo do mal", por terem armas de destruição de massa, gerou especulação de que os EUA vão agir contra Hussein, cujo regime sobreviveu à Guerra do Golfo de 1991.

Bush advertiu Saddam, dizendo que seu país "sofrerá as consequências, caso não permita a entrada dos inspetores de armas". Bush, segundo alguns relatos, aprovou um plano secreto para derrubar Saddam. O Iraque nega ter armas de destruição de massa.

"O presidente deveria consultar membros do Congresso, no momento em que seu governo, claramente para mim, deu uma guinada e fez um julgamento que é drasticamente importante para a segurança norte-americana, de mudar o regime em Bagdá", disse Lieberman.

"Naturalmente, concordo plenamente com isso, mas acho também que deve-se dar ao comandante-chefe o direito de empregar a surpresa no ataque ou na ação contra a liderança do Iraque", acrescentou o senador. "Portanto, (defendo) a consulta, mas pode ser que não tenhamos uma resolução do Congresso antes do início das atividades ou ações no Iraque."

Lieberman foi um dos líderes do Congresso que pediu publicamente a Bush que tornasse o Iraque o seu próximo alvo na guerra contra o terrorismo.

O senador também elogiou o plano de paz para o Oriente Médio, do príncipe saudita Abdullah, chamando-o de "uma evolução significativa". Abdullah oferece a normalização das relações entre a Arábia Saudita e Israel, em troca da total retirada de tropas israelenses dos territórios ocupados em 1967.

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