Reuters
07/03/2002 - 18h11

Ameaças e apatia dão o tom na eleição legislativa colombiana

da Reuters, em Bogotá

Os paramilitares de extrema-direita estão apoiando os candidatos enquanto os rebeldes de esquerda, excluídos das negociações de paz, pedem um boicote. Mas nem mesmo a ameaça de violência conseguiu agitar as eleições legislativas na Colômbia, marcadas para domingo.

O governo mobilizou 100 mil policiais e soldados, a maioria em regiões controladas por grupos armados ilegais, para proteger os 24 milhões de eleitores do país, mas admite que paramilitares poderão pressionar pessoas em algumas áreas rurais.

"Temos informações de algumas regiões onde parece que a incidência de paramilitares intimidando os eleitores é mais ou menos significativa", disse o ministro do Interior, Armando Estrada.

"As opções que temos no domingo são muito simples: ou votamos para fortalecer a democracia ou não votamos e fortalecemos a ação dos grupos violentos."

As Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) pediram que os eleitores não participem de uma eleição com candidatos que "não irão legislar a favor do povo".

As Farc sabotaram linhas de transmissão de energia e outras instalações de infra-estrutura desde a decisão do presidente Andres Pastrana de suspender, no mês passado, três anos de negociações de paz. A guerra já dura 38 anos e matou 40 mil pessoas na última década.

Os rebeldes das Farc mantêm como reféns cinco membros do Congresso, quatro dos quais concorrem à reeleição. Também está em poder dos guerrilheiros a candidata à Presidência Ingrid Betancourt.

As eleições para o impopular Congresso -considerado corrupto e ineficiente- perderam o destaque para as eleições presidenciais, marcadas para 26 de maio.

Neste pleito, o candidato de linha-dura Alvaro Uribe deverá vencer com ampla margem de votos, de acordo com as pesquisas de opinião.

Mas os 13 mil candidatos que concorrem a pouco mais de 260 cadeiras na Câmara e no Senado geraram mais confusão que interesse. Segundo as pesquisas de opinião, a maioria das pessoas não se lembra em quem votou nas eleições anteriores.

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