EUA retiram parte de suas tropas; força afegã sofre racha
da Reuters, em Bagram (Afeganistão)Os EUA anunciaram inesperadamente hoje que vão retirar 400 soldados da batalha travada contra rebeldes da Al Qaeda perto de Gardez. Ao mesmo tempo, surgiu um desentendimento importante entre as forças afegãs que participam dos combates.
Numa série de fatos novos na maior batalha da guerra no Afeganistão, que já dura cinco meses, um porta-voz militar americano disse que 400 dos 1.200 homens americanos na área estão sendo retirados, como parte de um exercício de reposicionamento.
"Estamos reposicionando as tropas", disse o major Brian Hilferty. "Mas a operação Anaconda continua", prosseguiu, referindo-se ao codinome da ofensiva atual, que já dura oito dias e resultou na morte de oito americanos.
Praticamente ao mesmo tempo, em Gardez, surgiu um racha importante entre tropas afegãs envolvidas nos combates.
O comandante local, um pashtun, pediu que centenas de reforços enviados de Cabul, em sua maioria de etnia tadjique, sejam retirados da batalha e enviados de volta para casa.
"Propusemos a Hamid Karzai [líder afegão interino] que instrua as tropas recém-chegadas a voltar para seus locais de origem", disse o comandante Mohamad Ismail, que chefia as forças pashtus locais da Província de Paktia, em coletiva de imprensa.
"Posso garantir que obedecemos e apoiamos a administração interina. A questão é que, se for resolvida a questão de Shahi Kot (o local da batalha), as tropas de Gul Haider (comandante das forças do norte) podem reivindicar essa vitória, e somos contra isso."
O Ministério da Defesa afegão, dominado por tadjiques, enviou na sexta-feira mil soldados, em sua maioria de etnia tadjique, e incluindo muitos comandados por Haider, de Cabul para juntar-se às forças locais, em sua maioria pashtuns.
As forças pashtus vêm combatendo as centenas de rebeldes de Al Qaeda cercados em cavernas nas montanhas, na ofensiva liderada pelos EUA, a operação Anaconda, na região de Shahi Kot.
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