Reuters
12/03/2002 - 13h33

Reino Unido tenta impedir ingresso de ativista negro no país

da Reuters, em Londres

O governo britânico recorreu à Justiça hoje a fim de manter em vigor a proibição que impede a entrada no país do ativista negro e muçulmano dos EUA Louis Farrakhan, 68, alegando que a visita alimentaria conflitos raciais.

Farrakhan, dirigente do grupo Nação do Islã, foi impedido de entrar no Reino Unido em 1986 porque, segundo o governo britânico, o ativista divulgava mensagens racistas e anti-semitas.

Mas, em julho passado, a proibição foi revogada pela Suprema Corte de Londres (capital), para quem o governo não havia conseguido provar que Farrakhan seria um risco. O ativista ingressou na organização Nação do Islã nos anos 50, quando ela era liderada por Malcolm X.

Apesar da sentença de julho da corte, a proibição continua em vigor por causa de uma apelação do governo.

A corte disse não terem sido apresentadas provas suficientes que mostrassem uma tensão racial, religiosa ou étnica entre muçulmanos negros e as comunidades judaicas do reino Unido a fim de justificar a manutenção da proibição.

O ministro do Interior do país, David Blunkett, se disse surpreso com a sentença de julho.

"O juiz errou ao interferir com o julgamento de um ministro de Estado a respeito do que deve ser feito em nome do bem comum neste caso", afirmou hoje Monica Carrs-Frisk, advogada que representa o Ministério do Interior na Corte de Apelação de Londres.

Advogados de Farrakhan, que já disse que o judaísmo era uma "religião das sarjetas", argumentaram que o ativista negro havia "mudado" e que era agora "um proeminente líder espiritual, religioso e social".

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