Reuters
13/03/2002 - 11h30

Subnutrição atinge 150 milhões de crianças de países pobres

da Reuters, em Londres

Um terço das crianças dos países em desenvolvimento -150 milhões no total- sofre de subnutrição, segundo um relatório do Unicef divulgado hoje.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância disse que os dados mostram que, enquanto foram conquistadas algumas "vantagens espetaculares" em relação a deficiências nutricionais, a subnutrição continuou sendo um problema.

"O conhecido símbolo da criança visivelmente morrendo de fome mostra de modo incorreto o problema. Na verdade, a maioria dos casos de subnutrição é totalmente invisível", afirma o relatório, o primeiro do tipo em dez anos, entitulado de "Subnutrição: notícias".

A pesquisa foi feita em mais de cem países e verificou que o número de crianças afetadas nas nações subdesenvolvidas caiu de 32% para 28%. Quase a metade das crianças do sul da Ásia era subnutrida em comparação a pouco menos de um terço das que viviam na África Subsaariana.

Mas também há boas notícias. Segundo o Unicef, 18 países, como China, Vietnã, México, Indonésia e Bangladesh, conseguiram reduzir a subnutrição infantil em pelo menos 25%.

Segundo o órgão, o maior problema não é a falta de comida, mas sim a frequência de doenças, uma vez que a maioria das crianças subnutridas tem alimentos suficientes em casa. As doenças causam perda de apetite, fazem com que as calorias sejam usadas para lutar contra a infecção e provocam a liberação de nutrientes vitais por meio de vômitos e diarréia.

Grande parte das crianças fica subnutrida nos primeiros três anos de vida -um período crítico para o crescimento cerebral e físico. "A grande tragédia da subnutrição é que ela impede que as crianças alcancem por completo seu potencial", disse o ator Roger Moore, embaixador do Unicef.

Um ponto positivo é que mais de 70% dos lares dos países em desenvolvimento usam o sal iodado -um aumento de 50%-, protegendo 12 milhões de crianças por ano de algum problema cerebral por consequência da falta de iodo.

Os suplementos de vitamina A também chegaram à metade das crianças de todo o mundo, salvando um terço de um milhão de vidas anualmente. Uma queda nas taxas de aleitamento materno -importante fator da subnutrição- parece ter acabado, ressaltou o relatório.
 

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